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Governo vai lançar linha de crédito ambiental para madeireiros e pecuaristas

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou ontem (26), no Rio de Janeiro, que o governo vai lançar, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma linha de crédito para modernizar as cadeias produtivas da pecuária, soja, madeira e mineração. O projeto chamado Empresa Âncora terá capacidade de financiamento de 100% do empreendimento com taxa anual de juros de 7,15%. O assunto foi definido durante uma reunião na manhã de hoje com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Por Thaís Leitão, da Agência Brasil.

De acordo com Minc, a linha poderá ser utilizada por grandes frigoríficos ou madeireiras, por exemplo, que repassarão os recursos aos pequenos fornecedores de sua cadeia produtiva, que geralmente têm mais dificuldade de cumprirem a legislação ambiental, para que se modernizem.

Segundo o ministro, ao mesmo tempo, estão sendo assinados acordos com as grandes companhias desses setores que passam a ser co-responsáveis pelos crimes ambientais praticados por seus fornecedores.

“Com isso vamos ganhar muito mais do que botar um policial florestal ou fiscal do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] atrás de cada um. As próprias cadeias produtivas vão colocar na linha seus fornecedores. Com uma mão a gente bate duro e, com a outra, o BNDES dá o oxigênio para que eles cumpram tudo o que a gente está exigindo”, afirmou.

Minc informou ainda que durante a reunião foram definidos os últimos detalhes para a criação do Fundo Amazônia, que deve ser assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês que vem. O fundo vai contar com recursos internacionais e nacionais e deve receber, no primeiro ano, US$ 900 milhões. Ele também vai contar com um conselho formado por representantes do governo federal, dos governos da Região Amazônica e da comunidade científica.

Outro assunto discutido durante a reunião foi a assinatura de um acordo com os bancos públicos e privados do país para que só financiem projetos sustentáveis, garantindo condições de crédito mais favoráveis para projetos de tecnologia limpa, que provoquem menos impactos ao meio ambiente.

O último ponto acordado entre Minc e Coutinho diz respeito à criação de uma linha de financiamento para que os órgãos ambientais estaduais se modernizem e possam agilizar a fiscalização e os processos de licenciamento. O ministro informou que essa linha depende apenas da liberação do Conselho Monetário Nacional (CMN).

“Será um grande avanço para destravar o licenciamento ambiental e a fiscalização em vários estados do país”, destacou.