Questionando a aprovação do Zoneamento Ambiental da Silvicultura no RS

Prezados amigos da REDE Bioma Pampa e REDE Os Verdes,

Peço sua atenção neste momento, para que reflitam sobre o atual momento que o RS passa no tocante as políticas públicas para o meio ambiente, e mais pontualmente, sobre a aprovação do Zoneamento Ambiental da Silvicultura, que em muito tempo, em minhas duas décadas de militância ecológica, não tinha visto a truculência estatal, aliada aos conglomerados da mídia e das multinacionais do lucro, fazerem o que foi feito no Consema dia 09 de abril, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que de berço do ambientalismo no Brasil, virou o ataúde da ignomínia, não se respeitando o direito à um meio equilibrado e preservado para as futuras gerações. Pensando nos lucros em detrimento da saúde ambiental, foram aprovadas nefastas possibilidades para que as empresas papeleiras plantem onde quiserem seus eucaliptos.

O que isso causará num futuro próximo em nossos banhados, já criticamente ameaçados e impactados pela mão do homem? Quais serão os passivos ambientais que irão comprometer a vida de espécies da fauna e da flora em nosso estado? Quem vai pagar a conta? Quem vai ser indiciado pelos graves crimes ambientais que teremos no decorrer dos anos, em que esta sanha capitalista perdurará, quando hordas de apoios, de deputados à jornalistas, de ministros à secretários que se locupletam com os benefícios de serem serviçais do capital estrangeiro, colocando em risco a sobrevivência da natureza?

Não entendemos tal atitude dos representantes dos órgãos ambientais do Estado, que de órgão responsável pela proteção ambiental e pela promoção da política pública de meio ambiente, acabaram “advogando” a defesa dos interesses destas indústrias e das monoculturas de árvores exóticas no Rio Grande do Sul, o que poderá colocar em risco a qualidade de vida de muitas regiões, para as pessoas e as espécies vivas.

Fica difícil acreditar que isso esteja acontecendo, mas sendo realista começo a vislumbrar que dias piores virão e não poderemos agir da mesma forma, com a truculência que está sendo gestada toda a implantação destes empreendimentos, com toda a farta distribuição de “30 dinheiros” prá um, “30 dinheiros” para outros, e assim ocorrem as traições, a Constituição Federal, ao Código Florestal, ao Código do Meio Ambiente e aos Códigos de Ética e da atitude Proba. Por este motivo, os movimentos ambientalistas, as entidades da sociedade civil organizada deveriam se manifestar e repudiar tal aprovação das “máquiavélicas” mudanças no ZAS, o que presenteou as papeleiras com o sinal verde para plantarem eucaliptos nas áreas de importância biológica, ecossistêmica e prioritárias para a conservação.

Julio Wandam
Os Verdes de Tapes/RS
GT de Comunicação/REDE Bioma Pampa