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Sistema facilita uso de energia solar

Modelo chamado Siga-Sol é informatizado e uma ferramenta de gestão. Pesquisadores defendem equipamento na zona rural porque instalação de placa fotovoltaica é mais barata que rede elétrica. Matéria do Jornal do Commercio, PE, 09/04/2008.

Pernambuco é um dos Estados brasileiros de maior cobertura da rede elétrica, com mais de 90% da população atendida. Para as áreas remotas onde a fiação ainda não chegou, pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) recomendam o uso de energia solar. O planejamento da instalação dos painéis fotovoltaicos, bem como sua gestão, agora tem uma ferramenta informatizada.

Trata-se de um sistema de informações geográficas que combina o índice solarimétrico dos municípios com dados sobre agricultura.

O sistema, denominado Siga-Sol, foi elaborado pelo Grupo de Pesquisas em Fontes Alternativas de Energia, do Departamento de Energia Nuclear da UFPE. O pesquisador Chigeru Tiba, que integra o grupo, explica que a energia solar é viável para zonas rurais distantes da cidade porque é um equipamento autônomo. “Em alguns casos a rede elétrica tem que percorrer 10 quilômetros para chegar a um sítio no Sertão onde o consumo de energia é baixo. Instalar uma placa fotovoltaica sai mais barato”, explica o físico.

O Siga-Sol, financiado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), não chega a ser um software. “É um modelo informatizado, uma ferramenta de gestão e planejamento”, resume Tiba. O sistema se baseia no SIG, um programa de computador para tratamento de dados geográficos. O SIG trata informações gráficas (mapas) e dados estatísticos básicos, além de produzir novas informações espaciais por meio do cruzamento dos dados.

Apesar da ênfase dada à energia solar, foram consideradas também no projeto as energias eólica e da biomassa, já que estas três fontes energéticas renováveis são abundantes na Região Nordeste.

O protótipo da ferramenta Siga-Sol cobre uma área de 183.500 quilômetros quadrados nos Estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Numa segunda fase, será estendido para todo o Nordeste.

Tiba explica que o banco de dados e os mapas do projeto ainda estão incompletos. Podem ser completados e à medida que os dados sejam atualizados. “O Siga-Sol não é uma ferramenta final. O que desenvolvemos foi mais uma metodologia para gestão e planejamento de energias renováveis em meio rural do que um software”, reforça.

“O que buscamos foi oferecer ao usuário, normalmente um gestor público, a visão macroespacial do problema”, justifica Tiba. Alguns dos usuários em potencial são os técnicos do Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios, do Ministério de Minas e Energia. Todos os mapas do Siga-Sol são visualizados em nível estadual e municipal.

Serviço:

O modelo pode ser solicitado no Departamento de Energia Nuclear da UFPE através do e-mail tiba@ufpe.br ou pelo telefone (81) 2126-7976.