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Conferência deve apontar perspectivas de luta no São Francisco e no Semi-Árido

Representantes de organizações sociais, movimentos populares, povos e comunidades tradicionais, de 12 estados brasileiros, estarão reunidos a partir da próxima segunda-feira, 25, até o dia 27, em Sobradinho (BA), na Conferência dos Povos do São Francisco e do Semi-Árido. A programação inclui palestras, debates, plenárias e a construção de perspectivas para a continuidade das ações. Matéria de Clarice Maia, da Articulação Popular São Francisco Vivo, publicada no EcoDebate, 23/02/2008.

A Conferência tem como objetivos fazer o balanço e fortalecer a luta pela manutenção da vida, com condições dignas e equilibradas de sobrevivência. São esperadas 130 pessoas dos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.

Entre os expositores e debatedores, estarão presentes: o economista César Benjamim; o sócio-economista do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul, Marcos Arruda; o especialista em geologia e hidrologia, Manoel Bomfim; Derli Casali, coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores; Luciano Silveira, da Articulação do Semi-Árido (ASA/PB); além de representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) e da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME).

Participam também os Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), dos Atingidos por Barragens (MAB), das Mulheres Camponesas (MMC) e dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Conselho Pastoral dos Pescadores; Comissão Pastoral da Terra; Cáritas; Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada (IRPAA); Sindicatos de Trabalhadores Rurais; Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto no Estado da Bahia (SINDAE); Fórum Permanente da Bahia em Defesa do São Francisco; Conselho Indigenista Missionário (CIMI); as Frentes: Cearense por uma Nova Cultura de Água Contra a Transposição e a Paraibana Contra a Transposição; CESE; KOINONIA; representantes de comunidades indígenas, quilombolas, vazanteiros, geraiseiras, catingueiras e pescadores, entre outras entidades.

No primeiro dia haverá a memória das lutas recentes, seguida pela análise da atual conjuntura. No dia 26, acontece a contextualização sobre o São Francisco e Semi-Árido, debate sobre a viabilidade ou não do projeto de transposição e iniciam os trabalhos em grupos. As plenárias, previstas para o dia 27, devem indicar as perspectivas na continuidade das ações para esse ano.

A Conferência é organizada pelo conjunto de organizações sociais e movimentos populares que estiveram reunidas durante o jejum de 24 dias do bispo Luiz Flávio Cappio, no final do ano passado, contra o projeto de transposição de águas do rio São Francisco. Ele deve tomar parte na Conferência a partir do segundo dia. Durante o encerramento receberá o título de cidadão de Sobradinho pela Assembléia Legislativa, daquele município.

Durante a Conferência, está prevista a exposição de fotografias, filmes e textos. O local foi escolhido pela simbologia do jejum do Frei Luiz e pelo que representa a barragem de Sobradinho, um dos maiores lagos artificiais do mundo e exemplo do descaso que tem acometido o São Francisco.