microgeração de energia: Projeto em Lisboa quer promover uso de energias renováveis
Lisboa – O projeto Wind Parade Lisboa 2008 vai instalar entre 15 e 20 turbinas eólicas em diferentes pontos da capital portuguesa, em ação que pretende sensibilizar os cidadãos para a adoção de uma cultura energética mais ecológica. Matéria da Agência Lusa, publicada pelo EcoDebate, 22/02/2008.
A iniciativa, que culmina com a celebração do Wind Day (Dia do Vento), em 15 de junho, pretende “despertar a atenção da população, sensibilizando os cidadãos para a produção de energia a partir de fontes renováveis”, disse nesta quarta-feira à Agência Lusa o porta-voz do projeto, Phillipe Dewerbe.
Este “é um conceito ainda muito distante das famílias portuguesas, mas a microgeração de energia já está enraizada nos países do norte da Europa”, afirmou Phillipe Dewerbe, explicando que “qualquer família pode produzir energia, vendendo à rede o que não consome”.
Para isso, as soluções presentes no mercado português vão desde painéis solares e turbinas eólicas, até caldeiras de biomassa, que se adaptam mediante as características do espaço ou da habitação.
Em Portugal, “as pessoas estão bastante sensibilizadas para a necessidade de adesão às energias renováveis, mas continua sendo necessário mostrar o que cada um pode fazer”, explicou Phillipe Dewerbe.
Além de produzir uma “energia mais limpa, a microgeração de energia é também importante do ponto de vista da independência energética” em relação a outros países, disse ainda o responsável.
Esse projeto, promovido por duas empresas, foi validado pelo Sustainable Energy Europe (organismo que tem como objetivo alertar para a importância das energias renováveis em todos os países da União Européia) e conta com o apoio da European Wind Energy Association, da Associação das Energias Renováveis de Portugal e da Prefeitura de Lisboa.
Os portugueses que quiserem começar a produzir eletricidade para a rede elétrica do país, em regime de microprodução, poderão se registrar a partir de 27 de fevereiro, segundo a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) do país ibérico.
O regime de microprodução, aprovado em 2007 pelo governo luso, permite aos consumidores produzirem eletricidade em suas casas, através de painéis fotovoltaicos e de mini-eólicas, e vender o excedente à rede elétrica pública, desde que não ultrapasse 150 quilowatts (kW).
A tarifa paga será de 650 euros (R$ 1.660) por megawatt-hora (MWh) para a energia solar, nos primeiros cinco anos.
Caso os pequenos produtores optem pela energia eólica, receberão 70% desse valor e, no caso da hídrica e da biomassa, o pagamento é de 30% do pago pela solar.
O governo português pretende ter 165 megawatts (MW) de potência instalada em microgeração em 2015.