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Plantio de soja acelera a seca na Amazônia, advertem cientistas brasileiros

PARIS, 18 abr (AFP) – O desmatamento da floresta tropical amazônica para o plantio de soja é ainda mais danoso ao meio ambiente do que o uso da terra para a produção de pasto para o gado, adverte um estudo realizado por cientistas da Universidade Federal de Viçosa (MG) e publicado nesta quarta-feira no semanário científico britânico New Scientist.

Os campos de soja no Brasil reduzem o padrão de chuva local em quatro vezes com relação às terras ocupadas por pasto, continua o estudo.

A razão é que os campos de soja são de cor clara, o que significa que refletem muita radiação solar.

Como resultado, a superfície do campo é menos aquecida, reduzindo o volume de ar quente que se eleva do solo. Desta forma, menos nuvens se formam e, conseqüentemente, ocorrem menos precipitações.

O estudo, feito por cientistas da Universidade de Viçosa, foi publicado na New Scientist e na revista especializada Geophysical Research Letters.

Em regiões de floresta desmatadas para a produção de soja houve uma queda de 15,7% das chuvas, enquanto a mesma área destinada ao pasto gerou uma redução de 3,9%, afirmam os cientistas.

Segundo a New Scientist, cerca de um sétimo da floresta tropical brasileira original foi destruído para a agricultura.

Oitenta e cinco por cento desta terra é destinada ao pasto e 15% para o plantio de soja, um cultivo cuja popularidade se estende rapidamente como fonte de comida e biocombustível.

(www.ecodebate.com.br) matéria da Agência France-Presse, originalmente publicada pelo UOL Notícias – 18/04/2007 – 18h13