Repelentes são seguros e podem ser usados por gestantes
Uma das formas de prevenção contra as infecções transmitidas pelo mosquito Aedes aegypiti – dengue, chikungunya e vírus zika, é o uso de repelentes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclarece que não há qualquer impedimento para a utilização destes produtos por mulheres grávidas, desde que estejam devidamente registrados na Agência e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo de cada produto.
(Veja nota da Anvisa sobre uso de repelentes de inseto durante a gravidez.)
Em crianças entre dois e 12 anos, a concentração da substância de repelência DEET deve ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos.
Os repelentes devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo e por cima da roupa. E devem ser reaplicados de acordo com a indicação de cada fabricante e em caso de suor excessivo ou contato com água. Para aplicação da forma spray no rosto ou em crianças, o ideal é aplicar primeiro na mão e depois espalhar no corpo, lembrando sempre de lavar as mãos com água e sabão depois da aplicação. Em caso de contato com os olhos, é importante lavar imediatamente a área com água corrente.
Além do DEET, o principio ativo mais recorrente em repelentes no Brasil, são utilizadas em cosméticos as substâncias Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate (Icaridin ou Picaridin) e Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR 3535), além de óleos essenciais, como Citronela. Embora não tenham sido encontrados estudos de segurança realizados em gestantes, estes ingredientes são reconhecidamente seguros para uso em produtos cosméticos conforme regulamentação de ingredientes cosméticos.
Repelentes ambientais
Repelentes ambientais também podem ser utilizados em ambientes frequentados por gestantes desde que cumpram as regras de registro na Anvisa e sejam obedecidos todos os cuidados e precauções descritas nos rótulos dos produtos. Por exemplo, a restrição trazida no rótulo que instrua que durante a aplicação não devem permanecer no local pessoas ou animais domésticos.
Os repelentes apenas afastam os mosquitos do ambiente, podendo ser encontrados na forma de espirais, líquidos e pastilhas utilizadas, por exemplo, em aparelhos elétricos. Os repelentes utilizados em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias. Podem ser utilizados em qualquer ambiente da casa desde que estejam, no mínimo, a dois metros de distância das pessoas.
Produtos não registrados pela Anvisa
Os inseticidas “naturais” à base de citronela, andiroba e óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia nem a aprovação pela Anvisa até o momento. Portanto, todos os produtos anunciados como “naturais”, comumente comercializados como velas, odorizantes de ambientes, limpadores e os incensos, que indicam propriedades repelentes de insetos, não estão aprovados pela Agência e não possuem eficácia comprovada.
Vale ressaltar que não há medicamentos aprovados com a finalidade de repelir insetos. A Vitamina B ou Tiamina não apresenta eficácia comprovada como repelente e esta indicação de uso não é aprovada pela Anvisa.
Confira os repelentes de insetos de uso tópico regularizados na Anvisa.
Consulte também os produtos considerados repelentes ambientais e inseticidas regularizados pela agência: Registrados e Notificados.
Por Gabriela Rocha (Blog da Saúde / Ministério da Saúde)
in EcoDebate, 15/12/2015
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E o repelente “natural” de cravo, “feito em casa” contém a substância eugenol, que é cancerígena (normalmente ela não é absorvida pelo corpo em doses perigosas quando se come cravo, mas o processo de destilar os cravos no álcool ou em óleo mobiliza a substância). Sim, por vezes os repelentes “industriais” são mais benignos que os “naturais”.