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Especialistas discutem como serão medidos os riscos climáticos que os moradores de várias regiões estão expostos

 

Franco da Rocha (SP), fevereiro/2014 – Situada a 45 quilômetros da capital paulista, a cidade ficou com as ruas centrais alagadas por causa das fortes chuvas. Foto de Wilson Dias/ABr

 

Por: Lucas Tolentino – Editor: Marco Moreira

Os riscos gerados pelo aquecimento global às populações de várias partes do país serão medidos pelo governo federal. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizaram, nesta quarta-feira (25/03), em Brasília, seminário para finalizar a construção dos Indicadores Subnacionais de Vulnerabilidade da População à Mudança do Clima no Brasil. O índice avaliará os impactos do agravamento do efeito estufa de acordo com recortes regionais.

A medida contribuirá para o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (Plano Adaptação), que está em fase de elaboração sob a coordenação do MMA. Os indicadores levarão em conta aspectos particulares de cada região do país. Entre eles estão a conservação ambiental, os dados demográficos e de desenvolvimento humano e a suscetibilidade a fenômenos extremos como tempestades e secas e a doenças associadas ao clima como a dengue e a malária.

SENSIBILIDADE

Os indicadores considerarão, ainda, a exposição, a sensibilidade e a capacidade adaptativa em escala municipal. A intenção é que o sistema seja implantado, inicialmente, em Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Paraná e Maranhão. “O projeto dialoga com a prioridade de analisar a desempenho das políticas públicas e de gerar respostas”, destacou o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Carlos Klink.

Ações adaptativas estão entre as prioridades no enfrentamento às mudanças climáticas, na opinião do pesquisador Ulisses Confalonieri, da Fiocruz. “A mitigação é importante e já está bem consolidada nas políticas públicas do Brasil”, disse. “É preciso criar, também, uma cultura de adaptação dentro desse processo.” A adaptação busca reduzir a vulnerabilidade das populações e territórios.?

Os diversos temas considerados pelos indicadores serão resumidos e agregadas em um único número. De acordo com o especialista da Fiocruz, o objetivo inicial será definir como essas informações poderão ser usadas pelo Estado. “O ideal é que seja criada uma ferramenta prática e, para que as políticas públicas sejam beneficiadas, é preciso quantificar e comparar as informações colhidas”, ressaltou.

SAIBA MAIS

Ações de adaptação se referem a iniciativas e medidas capazes de reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima. Ou seja, é uma forma de resposta para lidar com possíveis impactos e explorar eventuais oportunidades. A elaboração de uma estratégia de adaptação envolve, entre outras coisas, a identificação da exposição a esses impactos com base em projeções e cenários climáticos.

A proposta de sistema de indicadores em elaboração é um avanço conceitual de sistema desenvolvido para o estado do Rio de Janeiro em 2011. Desde então, vem sendo aperfeiçoado e está em aplicação nos estados da Bahia e de Minas Gerais. No seminário, integrantes de órgãos públicos e de institutos de pesquisa avaliam de maneira crítica a proposta. Os resultados do encontro subsidiarão a elaboração do Plano Adaptação.

Fonte: MMA

Publicado no Portal EcoDebate, 27/03/2015


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