PANK: Professional Aunt No Kids (Tia profissional sem filhos), artigo de José Eustáquio Diniz Alves
[EcoDebate] Entre os acrônimos que circulam no mundo, o PANK – Professional Aunt No Kids (Tia profissional sem filhos) é um dos mais recentes. As Panks são mulheres bem-sucedidas, que optaram por não ter filhos biológicos, mas não deixam de gostar de crianças e não poupam esforços para mimar os sobrinhos.
Até o final dos anos de 1980 a taxa de fecundidade no Brasil estava acima de 3 filhos. Isto quer dizer que, em média, cada criança tinha pelo menos dois irmãos. Mas as taxas de fecundidade caíram ao mesmo tempo que aumentou o percentual de mulheres sem filho.
Isto quer dizer que as novas gerações possuem um número menor de irmãos, mas o número de tios e tias se manteve mais elevado. Muitas tias que optaram por não casar ou que casaram mas decidiram não ter filhos, possuem a alternativa de cuidar dos sobrinhos.
Mulheres sem filhos tendem a ter um melhor desempenho no mercado de trabalho. Muitas são bem-sucedidas e aproveitam o sucesso para investir uma parte de suas rendas na formação dos filhos de seus irmãos. Os sobrinhos agradecem a generosidade das tias.
O fato é que o crescente número de mulheres sem filho gerou os acrônimos DINK (Double Income No Kids) ou DINC (Double Income No Children) e também GINK (Green Inclinations No Kids) ou GINC (Green Inclinations No Children). Existe também o PUNK (Professional Uncle No Kids – Tio profissional sem filho).
Mesmo com o crescente percentual de pessoas sem filho, a população mundial continua crescendo e deve atingir 11 bilhões de habitantes em 2100, conforme a projeção média da ONU. Na nova realidade demográfica, não querer ter filhos é uma escolha que cada um pode fazer independente da idade e da condição socioeconômica, mas mesmo sem ter filhos biológicos, as pessoas não deixam de ter a oportunidade de cuidar de um sobrinho, afilhado ou de uma criança adotada por algum conhecido. O importante é garantir a liberdade e os direitos sexuais e reprodutivos.
Referências e sites sobre indivíduos sem filhos:
Lisa Hymas. The GINK (Green Inclinations, No Kids) manifesto. Say it loud: I’m childfree and I’m proud. 30/03/2010. Disponível em:
http://www.grist.org/article/2010-03-30-gink-manifesto-say-it-loud-im-childfree-and-im-proud
Katie Herzog. Why I’ll never have kids, and why you shouldn’t either, GRIST, 16/01/2015
http://grist.org/article/why-ill-never-have-kids-and-why-you-shouldnt-either/
Luci Mansur, Sem filhos: a mulher singular no plural, São Paulo, Casa do Psicólogo, 2003
http://www.buscape.com.br/sem-filhos-a-mulher-singular-no-plural-luci-helena-baraldo-mansur-8573962690.html#precos
Musings on childfree living and reproductive rights, with a green twist
http://ginkthink.wordpress.com/about/
The Childless by Choice Project http://www.childlessbychoiceproject.com/
https://pt-br.facebook.com/SemFilhosPorOpcao
Utero Vazio http://uterovazio.blogspot.com.br/
Childfreedom http://childfreedom.blogspot.com.br/
Life Without Baby http://lifewithoutbaby.com/
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
Publicado no Portal EcoDebate, 18/02/2015
Nota do EcoDebate: sobre o mesmo tema leiam, ainda, o artigo GINK: Pessoas com inclinação verde e sem filhos, artigo de José Eustáquio Diniz Alves
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Tenho minhas dúvidas:
1ª: a população humana terá condições material (água, alimento, etc.) e de relacionamento (evitar guerras e conflitos internos), que permitam chegar ao ano 2100, com 11 bilhões de seres?
2ª: o sistema planeta Terra não terá entrado em colapso, até o ano 2100, com tamanho crescimento populacional e de degradação dos ecossistemas?