Congresso precisará considerar clima ao planejar infraestrutura, diz Nobre, secretário do MCTI
Secretário do MCTI participou de café da manhã com especialistas na Câmara dos Deputados para discutir soluções para a crise da água no Brasil
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, defendeu nesta quarta-feira (4), em café da manhã da Frente Parlamentar Ambientalista, na Câmara dos Deputados, que o Brasil precisa colocar mudanças climáticas em todo o planejamento da infraestrutura nacional de agora em diante.
“Essa questão é central para ser debatida no Congresso: como planejar um futuro da infraestrutura que dependa dos recursos naturais? Levamos em consideração mudanças climáticas ou não?”, questionou.
Na visão do secretário, essa tomada de conhecimento por Câmara dos Deputados e Senado Federal é essencial para o Brasil adaptar suas novas obras de abastecimento, energia e transporte à variabilidade climática, “porque vocês é que debatem o futuro do País, vocês é que aprovam o orçamento, vocês é que orientam as políticas públicas de desenvolvimento sustentável”.
Ele comentou os efeitos da imprevisibilidade do tempo no trabalho de hidrólogos, que aprendem, geralmente em escolas de engenharia civil, a estabelecer limiares de extremos climáticos no momento de projetar obras de infraestrutura, para que rodovias, pontes e reservatórios, por exemplo, resistam a inundações e secas.
“Qual é a falha conceitual? É que as séries históricas em que eles se baseiam para esses estudos não são mais válidas. O clima está ficando mais variável. Esses cálculos têm que ser todos refeitos”, explicou.
Consciência
Para o deputado federal Sarney Filho (PV-MA), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o Congresso precisa conhecer mais o processo de mudanças climáticas, a fim de elaborar leis e propostas que minimizem efeitos da crise hídrica no País, tema principal do café da manhã na Câmara.
“Quanto mais os parlamentares tomarem conhecimento da gravidade da situação, mais sensíveis estarão para poder se juntar a essa força da sociedade civil, que precisa garantir que os serviços ambientais sejam prestados ao Brasil e ao mundo”, disse Sarney Filho.
Fonte: Portal Brasil
Publicado no Portal EcoDebate, 05/02/2015
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