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Com calor e vento, aumenta incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos

 

Fogo atinge o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ) desde a última segunda-feira (13). Foto: Divulgação/ICMBio

 

 

O incêndio, que desde domingo destrói parte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), na região serrana do Rio de Janeiro, intensificou-se com uma frente de fogo no Morro do Mamute. Segundo o coordenador de emergências ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck, que veio de Brasília para comandar a Operação Mata Atlântica, com a integração de várias instituições no combate ao fogo, os brigadistas do parque já tinham combatido um foco no local, mas ontem (16) à tarde, a situação se agravou. “Ela já existia, mas estava fraca. Hoje esquentou demais e ventou muito aqui em cima. E quando esquenta e venta muito, aumenta a chance de propagação do fogo”, explicou em entrevista à Agência Brasil.

O coordenador informou que o local é de difícil acesso e por isso não há ainda avaliação da extensão do fogo no Morro do Mamute. Houve uma falha nas imagens de satélite e os técnicos estão analisando uma filmagem do alto que foi feita hoje com o uso de um helicóptero. Na outra frente de fogo, no entorno da Cachoeira da Macumba, o incêndio aumentou em 20 hectares desde ontem, atingindo uma área de 595 hectares (um hectare equivale às medidas de um campo de futebol oficial). Lá, o combate está sendo feito por 42 brigadistas, que chegaram hoje ao local e estão acampados em uma área próxima. “Nós montamos um acampamento avançado perto dele. Os brigadistas estão trabalhando o dia inteiro e vão trabalhar à noite também para pegar o período mais frio do dia e o fogo mais brando para facilitar o controle. Eles estão acampados próximos à Cachoeira da Macumba, que é onde tem uma frente grande”, disse.

De acordo com o coordenador, hoje não foi possível utilizar helicópteros no local porque eles foram deslocados para outras frentes de combate ao fogo como a Área de Proteção Ambiental (APA) de Petrópolis, que está contando com o trabalho do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ) e tem 550 hectares atingidos. Como a área do Mamute é de difícil acesso, não foi possível deslocar brigadistas para lá, mas a expectativa é que amanhã, com o controle do incêndio na Cachoeira da Macumba, embora não seja possível ainda dizer que o incêndio foi extinto, eles possam começar a atuar na linha de fogo. Um grupo de sete brigadistas ainda vai ficar na Macumba para fazer o monitoramento do incêndio.

Diante da preocupação da expansão de incêndios próximos, duas equipes estão atuando na BR- 495, estrada que liga Itaipava a Teresópolis, para evitar a propagação para o Parnaso, que tem 20.024 hectares e ocupa localidades dos municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis.

Christian Berlinck acrescentou que incursões de campo feitas por veterinários do ICMBio não encontrou animais queimados. “Talvez uma explicação para isso é que, como este fogo está acontecendo há bastante tempo, os animais fogem do fogo e do calor. Eles devem estar procurando lugares mais úmidos e correndo para dentro da unidade de conservação, porque o fogo está vindo de fora para dentro do parque. A gente tem circulado nas estradas e não tem animal atropelado”, contou, acrescentando que a paca e o ouriço que foram encontrados feridos ainda permanecem em tratamento na sede do Instituto em Teresópolis.

Por Cristina Indio do Brasil, da Agência Brasil.

Publicado no Portal EcoDebate, 17/10/2014


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