Um novo aumento do desmatamento na Amazônia?
Com atraso de dois meses, o INPE divulgou no último dia 1o de setembro os dados do sistema Deter referentes aos meses de junho e julho. Como foi amplamente divulgado pela imprensa, os dados indicam tendência de aumento do desmatamento em relação ao ano de 2013. Se essa tendência for confirmada pelo sistema Prodes, será a primeira vez que a taxa subirá por dois anos consecutivos desde 2004, ano em que foi lançado o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal.
Em 2013, a taxa de desmatamento subiu 28% em relação a 2012. A perspectiva de que a taxa oficial de desmatamento de 2014, fornecida pelo Prodes, confirme um aumento em relação a 2013 se deve ao fato de que, entre agosto de 2012 e julho de 2013, o Deter havia registrado 2.765 km2 de desmatamento. Já no período agosto 2013 a julho de 2014, o Deter registrou 3.036 km2, um aumento de 9,8%. Apenas em julho, foram registrados 728 km2 de desmatamento pelo Deter.
Segundo os dados do Deter, Mato Grosso e Pará quase se igualaram na área total desmatada entre agosto de 2013 e julho 2014 – período utilizado pelo INPE para estimar a taxa anual oficial de desmatamento deste ano. Responsáveis por 64% do total desmatado nesse período, no Mato Grosso foram derrubados 985 km2 de matas, enquanto no Pará, foram ao chão 963,7 km2. No Mato Grosso, a maior quantidade de pontos de desmatamento foi registrada nos municípios de Colniza e Nova Bandeirantes. No Pará, Novo Progresso, Altamira e São Félix do Xingu concentraram a maior parte dos pontos de desmatamento.
Unidades de conservação sob pressão crescente
No Pará, a localização dos pontos de desmatamento mapeados pelo Deter evidencia que várias unidades de conservação situadas entre os rios Xingu e Tapajós se encontram sob crescente pressão. Há pontos de desmatamento no entorno ou mesmo no interior da Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, do Parque Nacional da Serra do Pardo, da Estação Ecológica da Terra do Meio e da Floresta Nacional Carajás.
A Floresta Nacional Jamanxim, em Novo Progresso, é um caso à parte. Situada na área de influência da rodovia BR-163, Jamanxim foi criada em fevereiro de 2006 para ordenar a ocupação e evitar a grilagem de terras nessa região. Porém, em 2009 e em 2011 o Ministério do Meio Ambiente sinalizou disposição em reduzir essa área, em vez de retirar seus ocupantes, conforme determina a lei. Essa sinalização incentivou novas invasões, diante da expectativa de legalização das ocupações existentes. Apenas em 2013, foram derrubados 65 km2 dentro dessa unidade de conservação, o que representou 35% do total desmatado em unidades de conservação no ano passado na Amazônia.
Fonte: Mídia e Desmatamento na Amazônia
EcoDebate, 10/09/2014
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E ainda falam em desenvolvimento sustentável.
A grande questão é: até quando teremos algum resquício de floresta amazônica?