Brasil tem ‘boom’ de energia eólica, a menos poluente
Parque eólico Alegria, atualmente em construção no município de Guamaré, no estado do Rio Grande do Norte.
Bons ventos para a economia, mas também para a diminuição da poluição no Brasil. O grupo espanhol Gamesa, líder mundial em turbinas eólicas, anunciou ter fechado dois contratos com o governo da Bahia para a produção de 214 megawatts de energia. O setor tem registrado uma expansão vertiginosa no país, que busca diversificar a sua matriz energética.
A Gamesa já considera o Brasil como o seu principal mercado mundial. A expectativa do governo e de especialistas é de que até 2024, os geradores movidos a vento respondam por pelo menos 12% do consumo energético do Brasil. Apenas no último ano, a participação dessa fonte de energia já aumentou 44%, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A estimativa é de que o potencial de geração de energia eólica seja de 300 mil megawatts – atualmente, a capacidade já instalada, juntando-se todos os tipos de energia, é de 125 mil megawatts.
“Os potenciais hidrelétricos estão cada vez mais distantes e difíceis de serem explorados. O nosso objetivo ainda é utilizar ao máximo esse potencial, mas precisamos complementá-lo com outras fontes”, explica Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “Além disso, antigamente o preço dessas fontes renováveis novas era muito alto. Mas hoje, a energia eólica é a segunda fonte mais barata, depois da hidrelétrica.”
O professor da Ufrj (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Roberto Schaeffer, especialista em Planejamento Energético, afirma que o potencial eólico brasileiro se concentra na região nordeste e no Rio Grande do Sul, onde os ventos são intensos e constantes. Mas é o país inteiro que se beneficia dessa nova fonte energética, que, para o meio ambiente, é a melhor que existe.
Zero emissões
“Do ponto de vista de emissões de gases de efeito estufa ou de poluentes locais, a energia eólica não emite nada, zero. Há apenas algumas queixas, de populações próximas, do ruído de um gerador eólico. Algumas pessoas também começam a se queixar do impacto visual”, observa. “Mas dentre as energias possíveis, a eólica é, provavelmente, a mais limpa de todas.”
Apesar dos benefícios, Schaeffer lembra que essa fonte energética tem suas limitações. “A energia eólica está crescendo muito no mundo todo, mas não pode crescer sozinha. Ela é sempre complementar a outras formas de geração de energia elétrica”, diz. “De maneira geral, não é recomendado gerar mais do que 20% da energia elétrica pela eólica. Você precisa garantir que, se parar de ventar, o resto do sistema aguentará a demanda.”
Atualmente, oito companhias estrangeiras exploram o setor no Brasil. Para garantir a distribuição desta energia, agora o governo está fazendo os leilões das linhas de transmissão onde há potencial eólico antes mesmo de contratar as usinas – após a ocorrência de atrasos, como na Bahia e no Rio Grande do Norte. “Nós tivemos alguns atrasos em alguns parques, no início do programa, mas agora estamos antecipando os projetos de linhas de transmissão, para evitar que o parque fique pronto, mas a linha de transmissão, não”, destaca Tolmasquim.
Matéria da RFI, reproduzida pelo EcoDebate, 25/07/2014
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O problema tem uma raiz profunda que está exatamente no modelo de produção, consumo e descarte insustentáveis. Tristemente o capitalismo se reinventou apropriando-se dos recursos naturais para continuar sua sanha desgrenhada espalhando amplo espectro de degradação, miséria social atirando ainda mais pessoas a esse abismo infranqueável de desgraças. Depois que implantarem todas as eólicas para atenderem os interesses hegemônicos, como sempre, procurarão mais outras formas e não se contentarão até esgotarem o último recursos. Bakunin levantaria do túmulo ao saber que o capitalismo renasceu das cinzas apropriando-se da natureza para continuar sua acumulação e concentração sem fim….
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