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Estudo indica que, para prevenir câncer de mama, mulheres devem reduzir a exposição a produtos químicos

 

EHP

 

Cientistas americanos identificaram as substâncias químicas mais cancerígenas presentes no ambiente cotidiano que as mulheres devem evitar para diminuir o risco de câncer de mama, uma pista importante para a prevenção da doença. Por Jean-Louis Santini, da AFP, no UOL Notícias, com informações complementares do EcoDebate.

O estudo [New Exposure Biomarkers as Tools For Breast Cancer Epidemiology, Biomonitoring, and Prevention: A Systematic Approach Based on Animal Evidence], publicado nesta segunda-feira (12) na revista Environmental Health Perspectives, também confirma que os produtos químicos que provocam tumores cancerígenos nas glândulas mamárias dos ratos também estão vinculados ao câncer de mama nos humanos.

O estudo elaborou uma lista de 17 substâncias cancerígenas prioritárias porque provocam tumores mamários nos animais, às quais muitas mulheres estão expostas.

São produtos cancerígenos presentes na gasolina, no diesel e em outras substâncias que emanam dos veículos, assim como ignífugos, solventes, corrosivos de pinturas e derivados de desinfetantes usados no tratamento de água potável, entre outros.

“Esta pesquisa fornece elementos para prevenir o câncer de mama identificando produtos químicos prioritários aos quais as mulheres estão expostas com mais frequência e mostra também como controlar esta exposição”, explica o médico Ruthann Ruden, diretor de pesquisa no instituto Silent Spring de Newton (Massachusetts, nordeste), co-autor da pesquisa.

“Estas informações guiarão os esforços para diminuir o contato com estas substâncias ligadas ao câncer de mama e ajudarão os pesquisadores a estudar como as mulheres são afetadas”, acrescenta.

As pesquisas realizadas até agora sobre o câncer de mama não levavam em conta a exposição de mulheres a uma grande quantidade de produtos químicos, sobretudo pela falta de informação sobre os produtos que deveriam ser analisados.

Segundo estes pesquisadores, os grupos de consulta de especialistas da Casa Branca, o Instituto Americano de Medicina e o Comitê de coordenação para a pesquisa ambiental e o câncer de mama ressaltaram que as substâncias químicas presentes no ambiente cotidiano eram uma pista promissora para a prevenção de tumores malignos mamários.

Reduzir a exposição a produtos químicos

“Todas as mulheres nos Estados Unidos estão expostas a substâncias químicas que podem aumentar o risco de câncer de mama, mas lamentavelmente este vínculo é amplamente ignorado”, comentou Julia Brody, diretora-geral do Silent Spring Institute e co-autora do estudo.

“Reduzir a exposição aos produtos químicos tóxicos pode salvar a vida de muitas mulheres”, considerou, acrescentando que “quando se fala ao povo do câncer de mama, não se pensa no risco que as substâncias químicas representam”.

Finalmente, lamenta a pesquisadora, “os fundos direcionados à pesquisa sobre o vínculo entre o câncer de mama e os produtos químicos no ambiente só representam uma parte ínfima do total”.

“É imprescindível que as indústrias e os governos atuem para reduzir a exposição às substâncias mais perigosas”, insistiu Kristi Marsh, autora de uma obra sobre o tema chamada “Little Changes”.

Marsh foi diagnosticada com câncer de mama aos 35 anos e ela, que não tinha antecedentes familiares, o atribui a uma exposição a químicos cancerígenos.

Para Dale Sandler, principal epidemiologista do Instituto Nacional americano de Ciências de Saúde ambiental (NIEHS), “esta pesquisa examina de maneira extensa e profunda os dados toxicológicos e os biomarcadores vinculados ao câncer de mama”.

Também é uma “importante fonte de informação” para estudar o vínculo entre o ambiente e o câncer, diz.

Os Institutos Nacionais da Saúde (NIH) irão incorporar recomendações do estudo ao mesmo tempo em que se preparam para testar amostras mamárias de 50.000 mulheres no âmbito de uma investigação sobre irmãs para determinar as causas do câncer de mama.

O câncer de mama é a segunda causa de mortalidade por câncer entre as mulheres nos Estados Unidos, com 40.000 falecimentos estimados em 2014 e 232.670 novos casos diagnosticados, segundo o Instituto Nacional do Câncer, que estima que 2,89 milhões de mulheres sofrem atualmente deste tipo de câncer.

Environ Health Perspect; DOI:10.1289/ehp.1307455

New Exposure Biomarkers as Tools For Breast Cancer Epidemiology, Biomonitoring, and Prevention: A Systematic Approach Based on Animal Evidence

Ruthann A. Rudel,1 Janet M. Ackerman,1 Kathleen R. Attfield,1,2 and Julia Green Brody1
Author Affiliations close
1Silent Spring Institute, Newton, Massachusetts, USA; 2Harvard School of Public Health, Boston, Massachusetts, USA
About This Article open

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Abstract

Background: Exposure to chemicals that cause rodent mammary gland tumors is common, but few studies have evaluated potential breast cancer risks in humans.

Objective: The goal of this paper is to facilitate measurement of biomarkers of exposure to potential breast carcinogens in breast cancer studies and biomonitoring.

Methods: We conducted a structured literature search to identify measurement methods for exposure biomarkers for 102 chemicals that cause rodent mammary tumors. To evaluate concordance, we compared human and animal evidence for agents identified as plausibly linked to breast cancer in major reviews. To facilitate future application of exposure biomarkers, we compiled information about relevant cohort studies.

Results: Exposure biomarkers have been developed for nearly three-quarters of these rodent mammary carcinogens. Methods have been published for 73 of the chemicals. Some of the others could be measured with modified versions of existing methods for related chemicals. Exposure to 62 has been measured in humans, 45 in a non-occupationally exposed population. US CDC has measured 23 in the US population. Seventy-five of the rodent mammary carcinogens fall into 17 groups, based on exposure potential, carcinogenicity, and structural similarity. Carcinogenicity in humans and rodents is generally consistent, although comparisons are limited because few agents have been studied in humans. We identified 44 cohort studies that have recorded breast cancer incidence and stored biological samples, with a total of over 3.5 million enrolled women.

Conclusions: Exposure measurement methods and cohort study resources are available to expand biomonitoring and epidemiology related to breast cancer etiology and prevention.

 

 

EcoDebate, 14/05/2014


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