Novo estudo indica que agricultura orgânica aumenta a biodiversidade
As fazendas orgânicas têm cerca de um terço mais espécies do que as que utilizam a agricultura convencional.
Tem havido muita investigação de como diferentes métodos agrícolas afetam a diversidade biológica nas áreas agrícolas, mas os resultados variam entre os estudos e de lugar para lugar.
Assim, um grupo de cientistas analisaram 94 estudos anteriores, concluindo que os métodos de agricultura orgânica aumentaram o número de espécies, em média, 34% – um efeito que tem sido estável ao longo de três décadas e não mostra sinais de diminuição.
Mas, nesta pesquisa, o aumento na biodiversidade foi demonstrado em fazendas orgânicas em climas temperados. Até que mais pesquisas sejam realizadas, não será possível afirmar que a agricultura orgânica está aumentando a biodiversidade em todos os climas.
“Nosso estudo mostra que a agricultura orgânica pode trazer benefícios significativos a longo prazo para a biodiversidade”, diz Sean Tuck, um estudante de doutoramento na Universidade de Oxford e autor principal do artigo, que aparece no Journal of Applied Ecology . ‘Métodos orgânicos poderiam, de alguma forma, parar a perda contínua da diversidade nas nações industrializadas.
Alguns organismos se beneficiam mais do que outros. Plantas foram submetidas a maior aumento, com o número de espécies presentes aumentado cerca de 70%. Polinizadores ficaram em segundo lugar, com metade do número de espécies nas fazendas orgânicas, enquanto que as aves, artrópodes e micróbios também aumentaram. Nos organismos que decompõem a matéria morta a agricultura orgânica mostrou pouco efeito, embora isso possa ser, em parte, porque eles são relativamente pouco estudados.
O benefício para a biodiversidade parece ser maior em regiões de agricultura intensiva, especialmente nas regiões em que as fazendas orgânicas estão cercadas por terras aráveis. Então, pode ser que ter algumas fazendas orgânicas espalhadas ao redor da paisagem poderia beneficiar as fazendas de agricultura intensiva, fornecendo ilhas de biodiversidade para nutrir organismos valiosos como as abelhas, que polinizam plantações, e predadores, que ajudam a manter as pragas sob controle.
Land-use intensity and the effects of organic farming on biodiversity: a hierarchical meta-analysis. Sean L. Tuck, Camilla Winqvist, Flávia Mota, Johan Ahnström, Lindsay A. Turnbull, Janne Bengtsson, DOI: 10.1111/1365-2664.12219
EcoDebate, com informações do Natural Environment Research Council, 05/02/2014
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A conclusão é muito óbvia porque a agricultura orgânica trabalha com redes complexas onde o envenenamento ambiental é proibido. O Brasil é campeão no uso de “venenos” em suas lavouras. Eles afetam os serviços dos ecossistemas e a saúde ambiental. Esse fato é mais intensamente verificado nos biomas tropicais, onde a biodiversidade é alta e sofre muitas perdas com as rápidas transformações guiadas pelos interesses econômicos que subestimam as demais espécies que não sejam reconhecidas nas bolsas de valores do mundo. Voce nunca vai encontrar o nome de um “polinizador” nessas listas de “valores”. Voce só encontra os “produtos”.
Parabéns Roberto Rocha por seu valioso e oportuno comentário.