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Compra de derivados de castanha pela CONAB beneficia 120 famílias das etnias Kayabi, Apiacá e Munduruku

 

Indígenas colhem frutos do próprio trabalho

 

Compra de derivados de castanha pela CONAB beneficia 120 famílias das etnias Kayabi, Apiacá e Munduruku

Associações Indígenas recebem alimentos feitos a base de castanha através do Programa de Aquisição de Alimentos da CONAB 
Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA) possibilitou a entrega de produtos beneficiados para comunidades que vivem da extração de castanha.

 

Edilson Krixi Morrimá, da etnia Apiaká
Edilson Krixi Morrimá, da etnia Apiaká

Para chegar a aldeia Apiaká, nas Terras Indígenas da região de Juara -MT, nessa época do ano, só mesmo de barco. Mas isso não foi motivo de desânimo para a equipe da Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (AMCA). Com muita disposição o grupo atravessou as águas do Rio dos Peixes para distribuir os alimentos feitos a base de castanha em nove reservas da região.

A entrega encerra o ciclo de produção que começou com a compra das amêndoas in natura dos mesmos indígenas que agora recebem os produtos beneficiados pelas Mulheres do Cantinho da Amazônia. O projeto Cultivação, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Desenvolvimento e Cidadania, está ampliando e fortalecendo o trabalho realizado pela AMCA em parceria com o Projeto Poço de Carbono Juruena, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental. Juntos os dois projetos tem mudado a realidade da região e mostrado para agricultores e indígenas o valor da cadeia produtiva da castanha.

A entrega dos alimentos foi possível através do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA. A Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, compra biscoitos, macarrão e amêndoas de castanha do Brasil da AMCA e doa para 150 instituições. O projeto atende mais de 38 mil pessoas em situação de risco de insegurança alimentar e nutricional. Essa é a primeira de 5 entregas para as etnias Kayabi, Apiaká e Munduruku.

O apoio da Funai para percorrer os labirintos burocráticos foi muito importante. As aldeias precisavam dos Documentos de Aptidão ao Pronaf – DAP, mas muitas etnias não tinham sequer suas associações formalizadas. Foram anos de espera até a completa regularização cadastral das aldeias. Em um sábado incomumente ensolarado do chuvoso mês de janeiro, o caminhão do projeto cruzou a estrada de Juara rumo à aldeia dos Kayabis para iniciar a distribuição dos produtos. De lá partiu para a Aldeia Apiaká de barco.

A compra dos derivados de castanha pela CONAB beneficiou 120 famílias das etnias Kayabi, Apiacá e Munduruku. Foram distribuídos 824 quilos de alimentos entre as comunidades. Enquanto as caixas eram separadas na oca central dos Kayabis, Edilson Krixi Morrimá, da etnia Apiaká, acompanhava a entrega na aldeia dos amigos: “A gente vendia e não tinha retorno. Agora, os alimentos voltam beneficiados, isso é uma grande vantagem. O pessoal da minha aldeia está aguardando, eles vão ficar felizes em ver o retorno do trabalho deles”, disse.

No evento, os técnicos do Projeto tiveram a oportunidade de falar sobre o trabalho e propor parcerias de continuidade. A Coopavam e a AMCA, ao comprar a castanha dos indígenas a um preço justo, afastou os atravessadores que pagavam quantias injustas se comparadas ao árduo trabalho de coleta. “Os indígenas devem ficar nas comunidades. Na cidade grande, eles acabam marginalizados. Uma forma de mantê-los aqui é dar condições”, comenta a Irmã Maria de Lourdes Araújo, que vive na aldeia dos Kayabis. A doação é um avanço no reconhecimento desse trabalho, pois muitas vezes os indígenas não tem a oportunidade de consumir a castanha com o mínimo de beneficiamento, vendem toda sua produção sem ficar com nada.

Sobre o CultivAção
O objetivo do projeto CultivAção, executado pela Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Desenvolvimento e Cidadania, desenvolvido na região Noroeste de Mato Grosso, é gerar renda e inclusão social, de gênero e digital para moradores de quatro assentamentos da região.

 

Informe do Projeto CultivAção, publicado pelo EcoDebate, 04/02/2014


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