Campo Grande sediará encontro de povos e comunidades tradicionais do Cerrado e Pantanal
Campo Grande/MS será palco da primeira edição da rede de articulação “Coalizão Cerrado-Pantanal”
A ONG Ecoa – Ecologia e Ação e a Rede Cerrado realizarão em parceria a primeira edição do evento “Coalizão Cerrado – Pantanal”, que acontecerá de 08 a 12 de novembro de 2013 na antiga estação ferroviária/espaço da museologia, em Campo Grande/MS.
O principal objetivo do evento é mobilizar os povos do Cerrado e do Pantanal, bem como a sociedade para debater, aprofundar os posicionamentos e definir estratégias de ação para a conservação destes biomas e garantir justiça social para os povos e comunidades tradicionais. O evento será uma excelente oportunidade para dar visibilidade ao Cerrado e Pantanal, incluindo as ricas manifestações culturais dos seus povos. Segundo os organizadores o evento mobilizará cerca de 200 representantes indígenas, quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, quebradeiras de coco, agricultores familiares, além de organizações da sociedade civil.
O evento será composto por dois momentos distintos: dias 08 e 09 e 10 (sexta e sábado e domingo) acontecerá o IV Encontro Regional da Rede Cerrado e 11 e 12 (segunda e terça) o I Simpósio sobre Eventos Climáticos Extremos no Pantanal.
IV Encontro Regional da Rede Cerrado
O Encontro propõe estimular a troca de experiências e articulação de pautas de diferentes grupos sociais, bem como qualificar as organizações que fazem parte da Rede para atuação nos espaços de incidência política, mapear os conflitos socioambientais da região, identificar mecanismos e ações para promover a segurança das comunidades ameaçadas e levantar subsídios para proposição e revisão de instrumentos normativos tendo em vista a construção de um marco legal para o Cerrado.
Altair Sousa, coordenador geral da Rede Cerrado, lembra que o evento acontecerá após um marco importante, em que milhares de pessoas foram às ruas cobrar mais comprometimento por parte dos poderes executivo e legislativo na construção de políticas públicas eficientes. “Diante dos novos movimentos que surgem em todo o país, queremos estimular a população a se envolver cada vez mais com as discussões referentes à proteção do bioma e das comunidades tradicionais, cumprindo o dever de identificar gargalos e propor soluções, sem deixar de exigir seus direitos”, afirma.
Está previsto na programação do Encontro a discussão dos seguintes temas: I) Direitos territoriais e conflitos socioambientais: grandes projetos de desenvolvimento; II) Áreas protegidas no Cerrado: desafios e perspectivas e III) Produção agroextrativista do Cerrado: oportunidades e ameaças. A temática de água e cultura será trabalhada paralelamente a estas discussões.
I Simpósio sobre Eventos Climáticos Extremos no Pantanal
O I Simpósio que acontecerá entre os dias 11 e 12 de novembro faz parte de uma das etapas do projeto intitulado “Mapeamento de eventos climáticos extremos no Pantanal, análise de seus efeitos sobre populações vulneráveis, capacitação local e elaboração de propostas mitigatórias”, executado pela Ecoa desde 2011 e que tem por objetivo a identificação, o mapeamento, o estudo e a análise de todos os eventos climáticos e suas consequências sociais, ambientais e econômicas nos últimos cinco anos no Pantanal, associado a um processo de estruturação de políticas, programas e ações concretas com a finalidade de mitigar impactos, particularmente aqueles que incidem sobre as populações mais vulneráveis e que vivem diretamente do uso dos recursos naturais. Este é o caso, por exemplo, dos milhares de pescadores artesanais e coletores de iscas vivas para a pesca turística nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O simpósio será essencial para que os dados coletados no campo – Planalto e Planície pantaneira- sejam apresentados, colocados em discussão e que as possíveis soluções para a mitigação dos impactos detectadas sejam apontadas.
Segundo André Luiz Siqueira, Diretor Presidente da Ecoa e organizador do Simpósio, este é um momento único, onde a presença das comunidades, cientistas, pesquisadores e do poder público devem convergir para que resultados palpáveis sejam alcançados. “Nossa expectativa é que planos contendo medidas que minimizem os prejuízos já existentes e previnam novos impactos possam ser construídos. A Bacia do Alto Paraguai merece nossa atenção sob este aspecto. Este projeto e este Simpósio são inovadores por abrigar uma discussão tão complexa e tão necessária”. Ressalta Siqueira
A Programação Cultural
O evento será enriquecido com uma intensa programação cultural. No sábado, a partir das 20h30 a Praça do Rádio Clube será palco da “Festa dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado e Pantanal”. A festa espera receber cerca de duas mil pessoas e contará com apresentações culturais de músicas e danças típicas. Já no domingo, no espaço de museologia acontecerá a Feira de intercâmbio de informações e comercialização de produtos da sociobiodiversidade. O principal objetivo da Feira é promover a troca de experiência entre os empreendimentos ecossociais de base comunitária, assim como divulgar as possibilidades de uso sustentável dos biomas e de sua conservação. Na ocasião serão apresentados produtos desenvolvidos a partir de frutos nativos como o baru, laranjinha de pacu, bocaiuva e acuri, além de artesanato feito a partir de capim dourado e muito mais.
Não perca essa chance e venha conhecer um pouco mais sobre as riquezas destes dois biomas.
Serviço
O que: Encontro “Coalizão Cerrado – Pantanal”
Quando: 08 a 12 de novembro de 2013
Onde: Espaço da Museologia, em Campo Grande/MS (Antiga Estação Ferroviária).
Informe da Rede Cerrado, publicado pelo EcoDebate, 07/11/2013
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