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Especialistas tentam explicar desaceleração do aquecimento global

 

hiato no aquecimento global
Desaceleração do aquecimento da superfície terrestre vem ocorrendo desde 1998

 

Começou em Estocolmo a conferência do Grupo de especialistas da ONU que investigam a evolução do clima no planeta.

As discussões da conferência do Grupo de especialistas da ONU que investigam a evolução do clima no planeta começaram na manhã desta terça-feira, 24 de setembro de 2013, em Estocolmo. Os integrantes do IPCC se reúnem até sexta-feira quando devem publicar o novo relatório e explicar uma desaceleração no aquecimento global registrada na última década.

Os integrantes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC, reunidos em Estocolmo devem confirmar que desde 1998 o ritmo do aquecimento global tem sido de 0,05 grau por década, uma temperatura bem inferior aos 0,12 grau registrado a partir de 1951. Os cientistas ainda desconhecem as causas exatas desta redução. Eles apontam como explicações a influência de partículas vulcânicas que refletem os raios solares, uma queda da atividade solar ou absorção do calor pelos oceanos*.

Essa desaceleração não modifica, no entanto, as projeções de aquecimento global do painel da ONU. O IPCC, que é o órgão de referência científica sobre as mudanças climáticas, deve confirmar em seu quinto relatório a responsabilidade do homem no fenômeno. A temperatura global aumentou 0,8 graus desde o início do século 20 e vai continuar subindo no século 21, diz o IPCC. O relatório, que está sendo debatido esta semana pelos 195 países integrantes do painel, vai destacar a urgência para adotar medidas para conter o aquecimento.

Cientistas que já criticavam as conclusões do IPCC aproveitam essa redução das temperaturas para questionar novamente o modelo climático utilizado pelo painel da ONU até agora e pedem maiores explicações. Para estes críticos, as mudanças climáticas registradas recentemente são provocadas por variações naturais do clima e não pela ação do homem.

A Conferência do IPCC, inaugurada ontem em Estocolmo, termina na próxima sexta-feira com a publicação do quinto relatório sobre mudanças climáticas.

* Absorção do calor pelos oceanos:
Recent global-warming hiatus tied to equatorial Pacific surface cooling
Nature (2013) doi:10.1038/nature12534
Published online – 28 August 2013

Matéria da RFI, publicada pelo EcoDebate, 25/09/2013


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2 thoughts on “Especialistas tentam explicar desaceleração do aquecimento global

  • Não estou entendendo.

    O “hiato” no aquecimento global se deve ao esfriamento do pacífico. Mas, aquele calor que causou tanto alarme em 2007 e 2008 agora pode estar no fundo dos oceanos, abaixo de 700m pois o sistema ARGUS que mede a temperatura nesta profundidade não detectou ele. Então o calor saiu da atmosfera, conseguiu passar pelas bóias ARGUS e se “esconder” lá no fundo, de onde sai, de vez em quando, para causar secas, enchentes, furacões, tornados, supertempestades etc etc e depois volta a se esconder lá no fundo do oceano novamente, por um estranho passe de mágica… Mas, o que é estranho é que uma das causas prováveis do “hiato” é que o oceano esfriiou!!!

    Então, quando havia aquecimento era o CO2 e o sistema climático era simples. Agora que está esfriando, o sistema climático é complexo tem forçantes naturais que os cientistas não entendem ? hummm então calor é aquecimento global e frio é forçante natural ? Ou calor é aquecimento global, e frio são “mudanças climáticas” ? Por favor, alguém me explique. Minha cabeça está explodindo.

    Ou será apenas desinformação espalhada pelos “negadores” ?

  • José do Patrocínio Tomaz Albuquerque

    Li a reportagem sobre a desaceleração do aquecimento global. Como geólogo, tenho minhas suspeitas sobre os modelos de previsibilidade climática. Eles se baseiam em tempos não geológicos e não levam em consideração a evolução do clima, pelo menos, no Quaternário. Saímos do Pleistoceno, uma época de resfriamento e estamos no Holoceno, uma época de aquecimento natural da Terra. Na primeira, houve intercalações do que se convencionou chamar de “períodos interglaciais”, onde a temperatura média subiu. Na segunda época, já aconteceram as denominadas “pequenas idades de gelo”, a última das quais terminou por volta do ano 1850 D.C.. Em termos médios, contudo, o Holoceno é, relativamente a outros tempos quentes, uma época mais amena, com temperaturas pouco acima do limite que marca a transição entre o quente e o frio climático (15 ºC). Mais, a tendência dada pela linha que une os pontos de temperatura média dos períodos geológicos, é de diminuição com o tempo. Os modelos climáticos elaborados, pelo que sei, não levam em consideração estas e outras variáveis geológicas, incluindo aí o movimento das Placas Tectônicas, a posição da Terra em relação ao espaço, a mudança da inclinação do eixo magnético em relação ai eixo geográfico, etc. Por essas razões é possível que a Terra possa entrar em uma nova pequena idade do gelo ou que o Holoceno tenha atingido o paroxismo térmico e entrado em declínio, seguindo a evolução natural de redução da temperatura média da Terra, com o passar do Tempo Geológico. Por isso, sou um pouco cético em relação a estas previsões. A influência da industrialização, particularmente a queima dos combustíveis fósseis, pode ter alguma influência no aquecimento. Mas, o petróleo está com seus dias contados e há uma política de redução das emissões dos gases do efeito estufa, ainda tímida, é verdade, que pode, em conjunto justificar a desaceleração do aquecimento. E não se quantificou esse delta x no aquecimento natural, apenas em relação ao período pré-industrial (100 anos), como se antes dele não houvesse ocorrido tempos muito mais quentes que o atual. Tudo isto teria que ser levado em conta para justificar uma conclusão mais bem fundamentada. E olhem, vamos torcer, se o resfriamento começou para que não seja uma pequena idade do gelo, porque isso seria muito pior para a saúde do Planeta, com ênfase à redução da pluviometria, da colheita agrícola, do recrudescimento das doenças transmissíveis, etc. A história da idade Média está aí para comprovar estas afirmações..

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