Cerca de 8,6% de escolares do nono ano com 13 anos ou menos trabalhavam no Brasil em 2012
Sul lidera o trabalho de adolescentes – Cerca de 8,6% dos mais de 3,15 milhões de escolares do nono ano com 13 anos ou menos de idade trabalhavam no Brasil em 2012, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2012, divulgada, na quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Sul do país esse percentual chegava a 11,9%, seguido do Centro-Oeste 9,9%, Norte 8,1%, Nordeste 7,8% e Sudeste 7,5%. O trabalho de aprendiz para menores de idade só é permitido por lei a partir dos 14 anos.
Quase 12% dos alunos do 9º ano responderam trabalhar e receber dinheiro para desempenhar as atividades e 1,2% responderam trabalhar sem remuneração. Os dados também revelam que o maior percentual de escolares que respondeu ter recebido remuneração pelo trabalho está no Sul com 15,1%.
O maior percentual de escolares que responderam não trabalhar está na região Sudeste (88,5%) e o de que responderam que trabalham está na região Sul (15,1%). Entretanto, as cidade com o maior número de estudantes do nono ano que disseram não trabalhar são Recife (92,3%), São Luiz (91,9%) e João Pessoa (91,6%), no Nordeste. Campo Grande, no Centro-oeste, foi a cidade em que mais adolescentes disseram trabalhar sem remuneração (2,4%).
Em 2012, 25,8% dos alunos relataram faltar aulas sem permissão dos pais. Deste total, 28,2% eram de escolas públicas, 14,4% eram de escolas particulares. Entretanto, 58,5% dos escolares declararam que os pais ou responsáveis sabiam o que eles faziam no tempo livre. Embora a rede de proteção seja mais desenvolvida nas escolas particulares, o acompanhamento do tempo livre e dos deveres acontece mais nas escolas públicas, de acordo com o estudo.
O gerente de Estatísticas de Saúde do IBGE, Marco Antonio Andreazzi, ressaltou que os adolescentes são hoje a maior parte da população brasileira e que a pesquisa tem o potencial de levantar indicadores que dá um panorama do comportamento desse grupo no país.
“Entender os hábitos adquiridos durante a adolescência pode contribuir para políticas públicas capazes de diminuir a incidência de doenças e problemas desses adolescentes na vida adulta”, comentou ele.
A estimativa do IBGE é que cerca de 3,153 milhões de alunos cursavam o 9º ano no Brasil no ano passado. Cerca de 82,8% estudavam em escolas públicas e 17,2% em escolas particulares. A pesquisa mostra que 86% desses escolares tinham entre 13 e 15 anos de idade, faixa preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e quase a metade (45,5%) tinha 14 anos de idade.
O estudo revelou também que 62.1% dos escolares moravam na presença de pai e mãe, 28,5% somente com a mãe, 4% somente com o pai. Cerca de 5% disseram não morar com o pai ou com a mãe. Dos escolares entrevistados, 45,8% responderam que os pais entendiam seus problemas e preocupações. Os escolares do sexo masculino (47,2%) tiveram mais atenção dos pais ou responsáveis do que as meninas (44,6%).
Dos entrevistados, 35,7% disseram que o pai não tinha qualquer grau de ensino ou tinha somente o ensino fundamental incompleto. O percentual de escolares cujas mães não possuíam qualquer grau de ensino ou possuíam somente o ensino fundamental incompleto foi de 34,5% e 8,9% disseram ter mães com nível superior completo
Quase a totalidade dos estudantes das escolas privadas (95,5%) declararam possuir algum tipo de computador (de mesa, netbook, laptop), contra 59,8% dos alunos das escolas públicas. A diferença é similar em relação ao acesso à internet no domicílio: 93,5% dos escolares da rede privada e 53,5% da rede pública do País responderam ter acesso à internet em casa.
Ainda segundo o IBGE, 80,3% dos alunos de escolas privadas disseram que a família tinha carro, contra 44% dos estudantes de escolas públicas.
A PeNSE apontou também que 86,7% das escolas tinham bibliotecas disponíveis para os alunos do 9º ano e 84,2% dos entrevistados tinham acesso à internet , sendo 21,3% com acesso a computadores em sala.
Edição: José Romildo
Reportagem de Flávia Villela, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 21/06/2013
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