Aquecimento dos oceanos respondeu por 55% da perda total da massa de gelo da Antártida em 5 anos
Novo estudo [Ice Shelf Melting Around Antarctica] da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) descobriu que o aquecimento dos mares derrete as plataformas glaciares em torno da Antártida, o que já provocou a perda de 55% da massa de gelo original do polo Sul, entre 2003 e 2008. O grupo liderado por Eric Rignot reconstituiu o acúmulo e a espessura de gelo com satélites e aviões, assim como as mudanças na elevação das plataformas congeladas e a velocidade de deslocamento. Foto: Nasa/GSFC
O aquecimento dos oceanos faz derreter as plataformas glaciares em torno da Antártida e é o responsável pelas maiores perdas da massa de gelo, tradicionalmente atribuídas à formação de icebergs, revelou a Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) em um estudo publicado na última sexta-feira (14). Matéria da AFP, no UOL Notícias, com informações adicionais do EcoDebate.
Cientistas estudaram as taxas de derretimento destas massas de gelo, prolongamentos das geleiras flutuantes no oceano, que cobrem uma superfície de 1,5 milhão de quilômetros quadrados.
Este primeiro estudo realizado sobre as plataformas de gelo em torno da Antártida revela que o derretimento de sua base respondeu por 55% da perda total de sua massa de 2003 a 2008, um volume muito mais importante do que o previamente calculado.
A Antártida contém, em média, 60% das reservas de água doce do planeta nestas plataformas, espécies de barreiras de gelo, reduzindo o escoamento das geleiras para o oceano.
Determinar como elas derretem ajudará os glaciologistas e outros cientistas a melhorar suas previsões sobre a resposta da massa glaciar antártica ao aquecimento do oceano e sobre sua contribuição para a elevação do nível dos mares.
Segundo os cientistas, este estudo refinará os modelos sobre a circulação oceânica, ao fornecer uma estimativa melhor do volume de água doce procedente do derretimento destas plataformas de gelo na zona costeira da Antártida.
Para esta pesquisa, publicada na edição da revista Science de 14/6, os cientistas reconstituíram o acúmulo de gelo e a espessura com satélites e aviões, assim como as mudanças na elevação destas plataformas e a velocidade de deslocamento. Eles conseguiram, ainda, determinar com qual velocidade derreteram e compará-las com a formação de icebergs.
“O ponto de vista tradicional sobre a perda da massa de gelo da Antártica é que ela ocorre quase totalmente da ruptura de um iceberg”, explicou Eric Rignot, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), da Nasa, em Pasadena, na Califórnia, no Oeste dos Estados Unidos, principal autor do trabalho.
“Nosso estudo mostra que o derretimento da base das plataformas de gelo no entorno da Antártica contribui de forma muito mais importante”, afirmou.
Ice Shelf Melting Around Antarctica
E. Rignot, S. Jacobs, J. Mouginot, and B. Scheuchl
Science 1235798Published online 13 June 2013 [DOI:10.1126/science.1235798]
http://www.sciencemag.org/content/early/2013/06/12/science.1235798
Warm Ocean Causing Most Antarctic Ice Shelf Mass Loss
EcoDebate, 19/06/2013
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Mas, sem entrar no mérito do estudo, vale a pena verificar a temperatura na baixa troposféra da antártica nos últimos 32 anos em:
ftp://ftp.ssmi.com/msu/graphics/tlt/plots/rss_ts_channel_tlt_southern%20polar_land_and_sea_v03_3.png
Ou seja, sem tendência significativa (na verdade, -0,009 K por década, portanto, negativa.
Também vale a pena verificar a anomalia da área de gelo sobre o mar na Antártica nos últimos 34 anos em:
http://arctic.atmos.uiuc.edu/cryosphere/IMAGES/seaice.anomaly.antarctic.png
Ou seja, gelo crescente em niveis recordes nos últimos anos.
Colocadas as anomalias em um mesmo gráfico, temos esta imagem:
http://bobtisdale.files.wordpress.com/2013/06/figure-13.png?w=960&h=623
O que reforça uma desconfiança de alguns cientistas que temos um pendulo no gelo dos polos, ora para um lado, ora para outro.
Assim, apesar da chamada aparentemente alarmante, os indicadores aparentam normalidade. E, felizmente é o aquecimento dos oceanos e não as temperaturas! Alguém pode perguntar, se o aquecimento dos oceanos é função do aumento das temperaturas. E a resposta é bem provável que seja o contrário… Sem falar, na dinâmica das correntes marinhas.