Céticos do clima são menos de 1% da comunidade científica, diz estudo
Análise de quase 12 mil artigos científicos mostra que 99% atribuem ao homem a responsabilidade pelo aquecimento global. Para especialista, ceticismo é corrente ultrapassada e não tem embasamento.
Um estudo divulgado nesta semana com base na análise de publicações científicas das últimas duas décadas mostrou que 99% dos artigos apontam a ação humana como a causa das mudanças climáticas – um consenso frente aos chamados céticos do clima, que atribuem o aquecimento global a fatores exclusivamente naturais.
A análise é assinada por John Cook, estudante de pós-doutorado em astrofísica da Universidade de Queensland, na Austrália, e foi publicada no jornal científico Environmental Research Letters. Ele avaliou o abstract, o resumo do conteúdo, de 11.944 artigos científicos sobre aquecimento global e mudanças climáticas publicados entre 1991 e 2011.
A avaliação de todo esse volume de material, disponível no banco de dados científico Web of Knowledge, revelou que 66,4% das publicações posicionaram-se em concordância a corrente do aquecimento global antropogênico, ou seja, causado pelo homem. Outros 32,6% dos artigos pesquisados endossavam essa posição. Cook encontrou apenas 0,7% das publicações negando a participação humana no aquecimento global e 0,3% expressando incerteza quanto às reais causas das mudanças climáticas.
Uma pesquisa semelhante, porém com uma amostragem menor, já havia sido publicada por cientistas da Universidade de Standford em 2010. Na verificação de 1.372 publicações, entre 98% e 99% dos pesquisadores apontavam a participação humana nas mudanças climáticas.
Para meteorologista, “negacionistas”
Os números deixam claro como as publicações céticas quanto ao papel do homem nas mudanças climáticas são minoria. Pesquisadores desta linha – alguns de universidades renomadas– argumentam que as medições que apontam o aquecimento não seriam precisas, que a terra já foi mais quente do que é hoje em um passado recente ou ainda que o sol teria uma influência muito maior nas mudanças climáticas do que os gases do efeito estufa.
Para o coordenador geral da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas e Globais (Rede Clima), Paulo Nobre, os pesquisadores que discordam da participação do homem não deveriam ser chamados de céticos, e sim de “negacionistas”.
“Ceticismo é um pilar da ciência. É formular uma hipótese e ser cético com relação a ela para buscar respostas”, compara. Segundo ele, diante das evidências científicas existentes, não há como negar a participação humana no processo de aquecimento global: “Há 20 anos até poderia haver espaço para o ceticismo, mas hoje não existe mais.”
A interpretação equivocada de dados de variabilidade climática são, na opinião do meteorologista, uma das bases para a negação da responsabilidade humana. Na Rede Clima, que busca prover substrato científico para embasar programas governamentais, por exemplo, a parcela humana no processo de mudanças é levada em conta. Os dados levantados buscam entender exatamente a dimensão humana dessas alterações e as formas de adaptação que permitam garantir a segurança energética, hídrica e alimentar do país.
“É um processo em curso e precisamos propor formas de adaptação e mitigação”, resume Nobre.
O artigo publicado por Cook rompeu as fronteiras da comunidade científica e virou notícia em populares blogs de ciência e na imprensa internacional. A repercussão reflete outra face do trabalho do pesquisador australiano. Além do pós-doutorado no Instituto de Mudanças Globais da Universidade de Queensland, o cientista mantém o blog científico Skeptical Science (www.skepticalscience.com). No site, ele e outros colaboradores contrapõem os argumentos usados para negar a interferência humana nas mudanças climáticas em uma linguagem simples e mais acessível para quem está fora do circuito acadêmico.
Matéria de Gero Rueter, da Agência Deutsche Welle, DW, EcoDebate, 28/05/2013
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Não venho defender nenhuma posição até porque meus conhecimentos são insuficientes para tal, mas coloco alguns questionamentos:
Porque esses 1% ‘incomodam’ tanto?
Aos que defendem o aquecimento global como fruto de ação humana seria melhor que esses 1% não existissem?
Como as universidades que controlam em parte os recursos para os projetos de pesquisa (em grande parte financiados, por quem?) escolhem os projetos a serem aprovados e a quantidade dos recursos a eles destinados?
E as revistas que publicam tais estudos, são igualmente financiadas por quem?
É possível que a ação do homem tenha contribuído ao aquecimento global, e isso poderia ser uma lei se provado pela ciência e não só uma teoria a qual outros poderiam se contrapor com argumentos e fatos igualmente científicos,ou não?
Mas afinal, há quem esteja, com isso tirando proveito?
Há quem esteja ganhando dinheiro por detrás desta teoria? Isso não faz dela necessariamente falsa…
Pode ser, pode não ser… mas a atenção também poderia se voltar, para além desses 1% que discordam, ao que realmente está sendo feito de bom a respeito do meio ambiente e quem só está ganhando dinheiro com o tal, seguindo a mesma lógica capitalista de sempre… apenas com um discurso pintado de verde.
Se estas questões não são relevantes, porfavor desconsidere, apenas achei interessante se questionar…
Não pretendo nem de longe responder as inquietantes indagações acima, até porque não sou especialista no assunto, apenas alguém bastante preocupado com a questão. Não sendo especialista tento absorver deles, que estudam a fundo a questão e são na esmagadora maioria favoráveis à noção de que o aquecimento global é causado pelo ser humano. Minha posição é esta baseada na de 99% e nos 1% também. Creio que neste assunto que diz diretamente respeito a todos nós, devemos ter uma posição muito evidente, seja fundamentada em especialista, seja em achismos. Ficar em cima do muro não constrói e nos coloca como omissos numa questão muito cara.
Creio que o 1% negacionista incomoda bastante pois dá estofo intelectual ao operadores de emissão carbono no âmbito mundial. Estes se agarram as estas parcas pesquisas e “justificam” continuam suas assombrosas emissões. Acredito que muitos desses negacionistas agem assim no intuito de nadar contra corrente (aparecer e virar um tipo de referencial) ou estão vinculados diretamente às instituições emissoras.
Normalmente pesquisas financiadas por governos possuem uma linha central que não busca ser positiva ou negativa às hipóteses, mas sim estudá-la de modo independente para consubstanciar políticas ou estratégias de ação, ao menos em tese. Nunca ouvi dizer que CNPq, CAPES e etc. vincula bolsas às conclusões, linhas de pesquisa sim.
Proveito sempre vai ter e dificilmente se envolvemos de modo gratuito em qualquer coisa em nossa vida, isso vale para mim, você e todos os outros. Normalmente vinculamos proveito à valores materiais, mas há o proveito ideológico, afetivo, até metafísico, como o fato de ter algo em que crer e defender. No entanto, salvo o “proveito” de ser vinculado à uma causa que se equivocada, põe em risco toda a humanidade e seu modo de vida, os negacionistas (depois deste artigo, vou parar de usar o termo “céticos”) são os mais propensos a ter proveito mais materializados, primeiramente porque estão em menor número e segundo, porque atendem, cientes ou não, ao poder econômico mundial, que possui bala na agulha para isso. A causa do combate ao aquecimento sendo algo de interesse coletivo de toda a humanidade, sem uma representação formalizada, dificilmente poderia bancar seus defensores, materialmente, reforça. Eu mesmo dirijo meus respeitos e agradecimentos aos 99%.
Muito me admira encontrar esta notícia aqui no Ecodebate, já que o tal estudo do John Cook revelou-se uma grande fraude planejada e caminha para ser retirado do periódico em que foi publicado brevemente. Porém, para este cidadão pobre de caráter o objetivo foi alcançado: muitos jornais e blogs no mundo todo já noticiaram o tal estudo. Quando ele for retirado por evidentes falhas de todos os tipos, ninguém vai noticiar, não é ? pois é. Virou prática este tipo de procedimento. Aconteceu com Gergis et al que pretendia comprovar o fraudulento Hockey Stick do Dr Michel Mann. Foi retirado. Aconteceu com Markott el at que também pretendia confirmar o hockey stick neste ano. Seus dados, entretanto, não mostraram o que ele concluiu. Pode ser retirado.
Este trabalho do Joh Cook, em particular, mereceu o seguinte comentário (tweeter) do Dr Richard Tol (lead autor do IPCC e respeitado aquecimentista) “a load de crap” Ou seja, um monte de porcaria. Nem os aquecimentistas engoliram a fraude. Ele já foi desmontado em vários blogs no exterior e suas falhas expostas.
Pior é que do site do Jonh Cook (scepticalscience ou SkS um site destinado a confundir quem ele acessa), vazou todo o plano deste “artigo” já no início do ano passado, o que pode ser lido aqui: http://www.populartechnology.net/2013/06/cooks-97-consensus-study-game-plan.html
Ou seja, parece-me que John Cook tem pouco caráter e dá pouco valor para a ciência. E não é a primeira vez que ele está envolvido com “maracutaias” deste tipo. Ele é o típico rent-sekeer.
Pelo bem da verdade e respeito aos leitores vcs deveriam retirar este artigo do ar. Ele é uma farsa.
Texto retirado do próprio pré-release da “pesquisa”:
“From the 11 994 papers, 32.6 per cent endorsed AGW, 66.4 per cent stated no position on AGW, 0.7 per cent rejected AGW and in 0.3 per cent of papers, the authors said the cause of global warming was uncertain.”
Ou seja, ele examinou quase 12 mil papers. Cerca de 8 mil NÃO TEM POSIÇÃO quanto ao AGW. Ou seja, se é para ter um consenso (o que não vale nada em ciência), então este consenso é NEUTRO de longe.
Aí ele pegou o resto e tirou os 97%… E vcs ainda publicam esta “ciência” e as vezes ainda são capazes de chamar os céticos de anti-ciência…
Mas, como mostrado no link http://www.populartechnology.net/2013/06/cooks-97-consensus-study-game-plan.html este cálculo não foi ingenuidade ou incompetência. Ele tinha uma razão de ser, que seria depois, re-classificar os neutros como pró-AGW e ir aos poucos soltando isto na mídia.
É por esta e outras que esta ciência está cada vez mais indo para o buraco. Virou um depósito de oportunistas e gente de pouco caráter e integridade. Pessoas assim só se juntam em um lado por que o dinheiro está lá.
E, infelizmente, está levando o ambientalismo para o mesmo buraco. Quanto tudo isto ficar claro (e está ficando), restará a desilusão com a ciência e com o ambientalismo.
Lamentável que vcs façam parte desta história.
Prezado JFB,
O estudo não foi removido da Environmental Research Letters. Ele está disponível e de livre acesso. Enquanto assim for, é correto manter a publicação.
Quantifying the consensus on anthropogenic global warming in the scientific literature
John Cook et al 2013 Environ. Res. Lett. 8 024024
doi:10.1088/1748-9326/8/2/024024
© 2013 IOP Publishing Ltd
Received 18 Janeiro 2013, accepted for publication 22 Abril 2013
Published 15 Maio 2013
http://iopscience.iop.org/1748-9326/8/2/024024/article
Além disto, é natural que pesquisas sejam jornalisticamente publicadas, para que tornem-se de conhecimento dos(as) leitores(as) e, com isto, que o tema esteja disponível para avaliação e debate. Tal como você fez e faz em relação às matérias, artigos e pesquisas sobre o papel humano nas mudanças climáticas.
O livre debate não apenas é importante para o desenvolvimento científico, como também para ampliação da consciência crítica da realidade.
Atenciosamente
Henrique Cortez
coordenador editorial do Portal EcoDebate
Prezado Henrique Cortez,
Obrigado pela atenção. Concordo em todos os aspectos com a sua afirmação abaixo:
“Além disto, é natural que pesquisas sejam jornalisticamente publicadas, para que tornem-se de conhecimento dos(as) leitores(as) e, com isto, que o tema esteja disponível para avaliação e debate. Tal como você fez e faz em relação às matérias, artigos e pesquisas sobre o papel humano nas mudanças climáticas.
”
O grande problema que constato, entretanto, é que, apesar de numerosos artigos científicos, publicados nos melhores periódicos do mundo, e que colocarm sérias dúvidas sobre a hipótese da humanidade ser a principal forçante do clima atualmente (ou mesmo uma forçante significativa) , não merecem o mesmo espaço.
É uma hipótese plausível ? sim, é. Mas, sejamos lúcidos: não existe absolutamente nenhuma prova empírica sobre a alegada influência humana no clima global (local, sim) e tudo o que se tem são o exercício de modelos parametrizados politicamente e já comprovadamente falhos. Todos os relatórios do IPCC estão no momento na margem de erro, saindo. Bilhões e bilhões foram gastos e tudo o que se tem, são erros. E, me apavora que se brade que existe um “consenso”! que a “ciência está sólida”! que existem “evidências esmagadoras”! “abaixo os negadores do clima!” blá, blá, blá. O que existe no fundo é ativismo, uma causa, sendo atropelada pelos dados do mundo real. Mas não é uma boa causa como a preservação ambiental é. É uma causa nociva à humanidade, uma vez que está condenando milhões, (ou bilhões) de pessoas à pobreza em função de uma teoria (hipótese). É a pobreza que degrada o ambiente. Não o CO2.
No mais, obrigado por pelo menos não censurar meus comentários.