Por que não devemos chamar a Orca de Baleia, artigo de Marcelo Szpilman
Orca. Fonte: National Geografic
[EcoDebate] Quando escuto alguns termos sendo usados de forma errada sinto um comichão para aclará-los, como já ocorreu com a típica confusão entre peçonha e veneno. Depois de ver muita gente embaralhando os nomes dos cetáceos, e chamando a orca de baleia, me senti, mais uma vez, compelido a esclarecer a questão. Se você é um dos que patina nesse tema, preste atenção.
A ordem dos cetáceos (da classe dos mamíferos) é dividida em dois grandes grupos: o grupo dos cetáceos com dentes (Odontocetos) e o grupo dos cetáceos sem dentes (Mysticetos).
No grupo dos cetáceos com dentes, temos, por exemplo, a orca, os golfinhos e botos, o cachalote, o narval e a beluga. Por se alimentarem de peixes, lulas e até mamíferos marinhos (no caso da orca), as espécies desse grupo precisam dos dentes para segurar essas presas, que encontram através da ecolocalização.
No grupo dos cetáceos sem dentes é que estão as baleias. Elas não têm dentes, mas possuem as famosas barbatanas (cerdas bucais) que peneiram e retêm o alimento engolido (zooplâncton e pequenos peixes e crustáceos) em grandes goladas de água na superfície.
Da mesma forma que seria muito estranho, e errado, chamar o golfinho de baleia, aprenda que orca é orca, cachalote é cachalote, beluga é beluga e baleia é baleia.
Mais uma dica: a forma correta de se ler o termo habitat é “habitá” com “t” mudo, e não “habitati”.
*Marcelo Szpilman, biólogo marinho formado pela UFRJ, com Pós-graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor dos livros Guia Aqualung de Peixes (1991) e de sua versão ampliada em inglês Aqualung Guide to Fishes (1992), Seres Marinhos Perigosos (1998), Peixes Marinhos do Brasil (2000) e Tubarões no Brasil (2004). Por ser um dos maiores especialistas em peixes e tubarões e escritor de várias matérias e artigos sobre natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas, jornais, blogs e sites, Marcelo Szpilman é muito requisitado para ministrar palestras, conceder entrevistas e dar consultoria técnica para diversos canais de TV. Atualmente, é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, diretor do Projeto Tubarões no Brasil, membro do Conselho da Cidade do Rio de Janeiro (área de Meio Ambiente e Sustentabilidade), membro e diretor do Sub Comitê do Sistema Lagunar da Lagoa Rodrigo de Freitas e colunista da Rádio SulAmérica Paradiso FM 95,7 com o boletim ECO PARADISO, em duas edições diárias sobre meio ambiente e sustentabilidade.
EcoDebate, 15/03/2013
[ O conteúdo do EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta clicar no LINK e preencher o formulário de inscrição. O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.
O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.
Remoção da lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para ecodebate@ecodebate.com.br. O seu e-mail será removido e você receberá uma mensagem confirmando a remoção. Observe que a remoção é automática mas não é instantânea.
Muito bom esse esclarecimento do Marcelo.
Parabéns!!
Muito bom esse esclarecimento do Marcelo.
Parabéns!!