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Índios, agricultores e ribeirinhos se unem aos pescadores para paralisar Belo Monte

 

Índios, agricultores e ribeirinhos se unem aos pescadores para paralisar Belo Monte

 

Após o não cumprimento de acordos por parte da Norte Energia, ocupação permanecerá até que todas as reivindicações sejam cumpridas, dizem indígenas

Por volta das 19h desta segunda-feira (8), cerca de 120 manifestantes indígenas das etnias Xipaia, Kuruaia, Parakanã, Arara do rio Iririr, Juruna, e Assurini uniram-se aos pescadores, que estão há 24 dias protestando contra o barramento definitivo do rio Xingu (PA), e ocuparam novamente a ensecadeira do canteiro de obras de Pimental para paralisar a construção de Belo Monte. Os indígenas tomaram as chaves de caminhões e tratores na ensecadeira. Os trabalhadores tiveram que deixar o local a pé.

De acordo com os manifestantes, a ação, que é pacífica, ocorre em função do completo descumprimento dos acordos firmados pelo Consórcio Norte Energia com os indígenas depois da última ocupação da ensecadeira, entre junho e julho deste ano; o não cumprimento de grande parte das condicionantes; a total falta de diálogo da empresa com os pescadores; e a ameaça concreta de alagamento de parte de Altamira com o barramento definitivo do rio Xingu. Pequenos agricultores, moradores de Altamira e oleiros da região devem se juntar aos protestos ao longo da semana.

Os manifestantes acusam o empreendimento de fechar o rio sem que tenha sido solucionada a transposição de barcos de um lado a outro da ensecadeira, como exige a Licença de Instalação (LI) outorgada pelo Ibama.

De acordo com o órgão, o fechamento do rio não poderá ocorrer e a empresa não poderá interromper o fluxo de embarcações até que o sistema provisório de transposição de embarcações esteja em pleno funcionamento (item 2.6 da LI).

Segundo os pescadores, a ensecadeira, que tem mais de 5 km, deve ser concluída nos próximos dias. “O que temos aqui é uma cena de terra arrasada. A ilha de Pimental foi completamente destruída, só é árvore no chão, e a água está podre. É muito chocante”, afirma um dos manifestantes.

De acordo com os indígenas, desta vez a ocupação deve permanecer até que todos os acordos firmados em julho tenham sido cumpridos. Os pescadores também reafirmam a intenção de permanecer por tempo indeterminado deve ser concluída nos próximos dias.

Informe e foto do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, enviado por Verena Glass, ao EcoDebate, 10/10/2012

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One thought on “Índios, agricultores e ribeirinhos se unem aos pescadores para paralisar Belo Monte

  • Debora Wanderley

    Cadê o STF que está levando os brasileiros a acreditar que os corruptos deverão começar a ter mêdo de violar as leis? Nada fizeram até agora na defesa da constituição no que tange aos direitos violados dos indígenas do Xingú. Os brasileiros estão esperando que o julgamento do mensalão seja o primeiro passo para começarmos a acreditar que o Brasil não permaneça mais nas mãos dos interesses escusos das classes dominantes.

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