Japão fecha seu último reator nuclear em funcionamento
O último reator a ser fechado fica na usina de Tomari, em Hokkaido
O Japão está fechando seu último reator nuclear em funcionamento neste sábado, deixando o país sem nenhuma energia atômica pela primeira vez em mais de quatro décadas.
O terceiro reator da usina de Tomari, na região de Hokkaido, é o último de mais de 50 a ter as operações suspensas para manutenção, desde que o tsunami de março de 2011 causou o desastre em Fukushima.
Até o ano passado, 30% da energia do país era nuclear, mas agora cada um dos reatores precisa passar por testes para demonstrar que eles são capazes de suportar terremotos e tsunamis.
Centenas de pessoas participaram de uma passeata pelas ruas de Tóquio para celebrar o que eles esperam que seja o fim na energia nuclear no Japão.
“Há tantas usinas nucleares, mas nenhuma funcionará hoje, graças a nossos esforços”, disse o ativista Masashi Ishikawa à multidão.
‘Falta de energia’
O governo japonês vem fazendo alertas de que o país enfrentará falta de energia durante o verão e defende a reabertura de reatores que já passaram pelos testes e foram considerados seguros – como dois reatores na usina de Ohi, no oeste do Japão.
Centenas de pessoas participaram de passeata, em Tóquio, contra energia nuclear
Para que isso aconteça, é necessária a permissão das autoridades locais e ela ainda não foi concedida.
Empresas já foram avisadas de que pode haver consequências para a indústria, caso nenhuma usina nuclear volte a funcionar.
O correspondente da BBC em Tóquio Roland Buerk diz que o governo pode fazer pressão pela reabertura, mas vem se mostrando relutante em ir contra a opinião pública.
Combustíveis fósseis
Para suprir a demanda por energia, o Japão vem aumentando a importação de combustíveis fósseis e companhias de eletricidade estão colocando antigas usinas de energia em funcionamento.
Se o país conseguir passar pelo calor do verão sem apagões, analistas dizem que aumentará ainda mais a pressão pelo fim permanente do uso de energia nuclear.
Ao redor de Fukushima, usina que foi seriamente danificada pelo terremoto e tsunami de 2011, uma zona de exclusão de 20 quilômetros continua em vigor.
Explosões aconteceram em quatro dos seis reatores depois dos desastres naturais, devido a uma falha no sistema de resfriamento, o que levou a vazamentos radioativos e à evacuação forçada de milhares de pessoas.
Matéria da BBC Brasil, publicada pelo EcoDebate, 07/05/2012
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