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Lançamento do Seminario Mundial contra Belo Monte

 

[Por Dion Monteiro, de Belém/PA, para o EcoDebate] Em um belo e simbólico ato realizado no auditório “Curumim”, na sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Belém/PA, foi lançado ontem, 20 de setembro, o Seminário Mundial “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu”.

Este seminário atende a um chamado. Chamado dos povos do Xingu, em especial dos pescadores, que querem saber o que realmente acontecerá com suas vidas, com a vida da floresta, com a vida do rio, caso a Usina Hidrelétrica de Belo Monte seja construída.

Na mesa do ato de lançamento estavam presentes representantes de importantes organizações. O senhor João Alberto, de Altamira, representando o Movimento de Pescadores do Xingu foi o primeiro a falar, relatando a situação de preocupação, angústias e incertezas que hoje vivem mais de 10 mil famílias de sua região. Famílias que dependem diretamente da pesca no rio Xingu para a sobrevivência.

Ao final de sua fala o senhor João Alberto fez um emocionado e comovente chamado, convidando as pessoas do mundo todo a se solidarizarem com os pescadores e povos do Xingu na luta em defesa da floresta, do rio e da vida.

A mesa também esteve composta pelo padre Paulo Joanil da Silva (padre Paulinho), representando a Comissão Pastoral da Terra (CPT), por Luiz Claudio Brito do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), por Cedício de Vasconcellos da Central Sindical Unidos pra Lutar, por Benedito Tavares da Central Sindical e Popular CSP Conlutas, e por Marco Mota do Comitê Xingu Vivo.

No encerramento do evento os representantes de todas as organizações, movimentos sociais e fóruns presentes afirmaram estar, naquele exato momento, atendendo ao chamado dos pescadores e dos povos do Xingu, somando-se a estes na construção do seminário mundial, inclusive comprometendo-se a chamar outros grupos e entidades para também somarem-se formalmente a este processo.

O seminário mundial “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu” será realizado de 25 a 27 de outubro de 2011, na cidade de Altamira/PA, local onde o governo brasileiro pretende construir a 3ª maior hidrelétrica do mundo.

Espera-se a participação de trabalhadores, estudantes, pesquisadores e ativistas de dezenas de países neste seminário. Basta lembrar que por ocasião dos Atos Mundiais contra Belo Monte, ocorridos entre os dias 20 e 22 de agosto, 36 cidades de 19 países de todos os continentes realizaram manifestações contra a construção desta usina.

Brevemente será divulgada a forma de inscrição, alojamento, programação do Seminário Mundial contra Belo Monte, bem como outras informações importantes. Porém, fica desde já o convite para todos aqueles que querem discutir de forma critica este projeto a estar na cidade de Altamira no final do mês de outubro.

Dion Marcio C. Monteiro é Economista do Instituto Amazônia Solidária e sustentável (IAMAS), Mestre em Planejamento do Desenvolvimento (NAEA/UFPA), componente do Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA), e do Movimento Xingu Vivo – Comitê Metropolitano.

EcoDebate, 22/09/2011

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2 thoughts on “Lançamento do Seminario Mundial contra Belo Monte

  • José Francisco de Medeiros

    Sou contra qualquer agressão ao meio ambiente que vise exclusivamente o lucro de uns poucos privilegiados. Há que se respeitar o direito das minorias, sobretudo quando se trata de povos que vivem exsclusivamente dos recursos naturais que os cercam. JFMedeiros

  • José Francisco, o diabo não é tão feio quanto parece.
    Começa pelo próprio nome do seminário: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu. Somente está prevista para o Xingu a hidrelétrica de Belo Monte e não há razão para o plural no nome do seminário.
    Em segundo lugar, entendo o motivo da preocupação com relação à pesca, mas quero lembrar que não será o barramento que poderá prejudicá-la. O Rio São Francisco tem inúmeros barramentos, que não prejudicaram a pesca. No entanto, esta foi muito afetada pelo aumento da poluição.
    A usina de Belo Monte vai aumentar a densidade populacional da região e, obviamente, vai haver aumento na produção de esgoto. Desse modo, sugiro que no seminário se debata a construção de estações de tratamento de esgoto para evitar seu lançamento “in natura” no Rio Xingu.
    Finalmente, quero sugerir que seja aberto espaço para serem apresentadas fórmulas que visem a aumentar a eficiência energética de Belo Monte sem aumento da área a ser desmatada. A persistir a baixa potência firme prevista para a usina, em futuro próximo novas hidrelétricas precisarão ser construídas, talvez não no Xingu, mas, com certeza, em outros rios da região.

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