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Pesquisador da USP destaca potencial medicinal das moléculas presentes em plantas do Cerrado

Potencial químico do Cerrado – O potencial químico e farmacológico do Cerrado, embora sabidamente rico, ainda é pouco explorado e estudado. E o interesse da comunidade científica é ainda maior diante do cenário de desmatamento e da perda de biodiversidade do bioma, que ocupa cerca de 23% do território brasileiro.

Foi o que afirmou o professor Fernando Batista da Costa, do Laboratório de Farmacognosia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), durante conferência na 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada em Goiânia (GO) e segue até sexta-feira (15/7).

Costa falou sobre a diversidade química, caracterizada por substâncias produzidas por animais, plantas, insetos e microrganismos presentes no Cerrado. “Essas substâncias têm um potencial de impacto muito forte em várias áreas, como agropecuária e as indústrias farmacêutica e de cosméticos”, disse.

Em sua apresentação, o pesquisador apresentou resultados parciais do projeto “Potencial químico e farmacológico de espécies da família Asteraceae”, apoiado pela FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

“Estudos preliminares realizados por nosso grupo de pesquisas revelaram três plantas medicinais promissoras da família Asteraceaecom potencial farmacológico: Smallanthus sonchifolius (yacon), Tithonia diversifolia (margaridão) e Dasyphyllum brasiliense (espinho-agulha)”, disse o cientista.

Costa relatou a descoberta de duas novas substâncias no margaridão, a criação de uma biblioteca com cerca de 120 substâncias pura isoladas — sendo a maioria do Cerrado — e a ação antiinflamatória dos fenóis por meio de estudos realizados em um planta de uso popular, o espinho-agulha.

“A diversidade química da região é muito rica. Precisamos olhar para o Cerrado”, afirmou. O grupo de Costa pretende continuar o estudo multidisciplinar com o objetivo de obter perfis metabólicos de diferentes extratos das três espécies, isolar, identificar e quantificar diferentes classes de micromoléculas.

“Com o material obtido, serão feitos ensaios antiinflamatórios in vivo e in vitro em diferentes alvos moleculares e celulares para investigar seus mecanismos de ação”, disse. Os pesquisadores também pretendem levantar dados sobre o grau de toxicidade dessas plantas.

Reportagem de Mônica Pileggi, da Agência FAPESP, publicada pelo EcoDebate, 13/07/2011

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