EcoDebate

Plataforma de informação, artigos e notícias sobre temas socioambientais

Notícia

IBGE: Manejo inadequado do solo pode aumentar liberação de carbono na Amazônia Legal

O valor médio de estoque de carbono – que representa o acúmulo de matéria orgânica – contido no solo da Amazônia Legal é 95,7 toneladas por hectare. A sua distribuição, no entanto, é bastante desigual e em algumas áreas esse valor chega a duplicar, como no norte do estado do Amazonas e no centro-sul de Roraima, além do litoral do Pará e do Maranhão, que também apresentam elevados estoques.

A constatação é do estudo Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, divulgado ontem (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, que traz informações sobre a vegetação, o relevo, o solo e os recursos minerais da região, foi feito com base no Banco de Dados e Informações Ambientais do IBGE, atualizado em 2002.

De acordo com a geógrafa do instituto Rosângela Botelho, conhecer as áreas que concentram os maiores estoques de carbono é fundamental para garantir uma maior preservação. Segundo ela, atividades predatórias ou a simples utilização do solo sem o manejo adequado nesses locais pode provocar uma liberação maior, na atmosfera, do carbono armazenado, contribuindo de forma mais intensa para o processo de mudanças climáticas.

“A manutenção desses estoques propicia o equilíbrio do clima. Se houver desmatamento ou um uso predatório daquela região, todo esse carbono, que estava armazenado no solo, vai para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Até a simples atividade de remexer o solo com arado é capaz de quebrar as moléculas e gerar emissão de carbono”, explicou.

Segundo ela, o solo rico em carbono é também bastante fértil. A geógrafa do IBGE defende que nessas áreas o ideal é a prática de agricultura orgânica, sem a utilização de defensivos agrícolas e garantindo o menor nível de agressão ao ambiente.

Rosângela Botelho destacou, ainda, que as maiores concentrações de carbono no solo foram encontradas em áreas de manguezal ou de campinarana, que é um tipo de vegetação decorrente da falta de nutrientes minerais.

“Essa foi uma grande surpresa, porque geralmente se pensava que o solo embaixo da floresta densa e verde era mais rico em carbono e isso não é verdade”, acrescentou. Ela explicou que, embora esses solos apresentem textura arenosa, o que não favorece a retenção de matéria orgânica, a posição topográfica em áreas de depressão, com lençol freático próximo à superfície e alagadas durante todo o período chuvoso, contribui para o armazenamento do carbono.

Reportagem de Thais Leitão, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 02/06/2011

[ O conteúdo do EcoDebate é “Copyleft”, podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta clicar no LINK e preencher o formulário de inscrição. O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.

O EcoDebate não pratica SPAM e a exigência de confirmação do e-mail de origem visa evitar que seu e-mail seja incluído indevidamente por terceiros.

Alexa