IBGE: Amazônia Legal concentra quase metade de toda a água subterrânea potável do país
A região conhecida como Amazônia Legal, que ocupa cerca de 59% do território nacional, concentra quase metade de toda a água subterrânea potável do país (45%), sendo as maiores reservas localizadas no Amazonas, em Mato Grosso e no Pará. Mas essa não é a única riqueza que compõe o subsolo amazônico. Por ser formado predominantemente (66,8%) de rochas sedimentares, originadas a partir da alteração, erosão e deposição de qualquer outro tipo de rocha, as camadas abaixo do solo também têm potencial para a exploração de combustíveis fósseis, como petróleo e gás.
De acordo com o estudo Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, divulgado ontem (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “há boas perspectivas de acumulação dessas substâncias nas rochas sedimentares das bacias costeiras do Maranhão, Pará e Amapá, além de reservas de gás natural no município de Capinzal do Norte (MA)”.
Ainda nas áreas de rochas sedimentares, o documento indica que há possibilidade de serem encontradas jazidas de calcário, utilizáveis tanto na agricultura quanto na produção de cimento; sal-gema e gipsita, fontes de gesso para a medicina e a construção civil; e anidrita, fonte de sulfato e cálcio. Apesar de ter menor potencial metálico, minerais desse tipo e pedras preciosas podem ser encontrados na região. Depósitos de ouro, cassiterita e diamante também são comuns.
O estudo revela ainda que na região da Amazônia Central, que se estende do sudeste do Pará ao norte de Roraima e ao noroeste do Amazonas, estão concentradas as rochas ígneas, provenientes da consolidação do magma – massa rochosa do interior da terra em estado de fusão –, com tendência à formação de jazidas de metais nobres, como o ouro, e de minerais industriais, como a cassiterita. Somente o Pará abriga 51,9% das rochas ígneas da Amazônia Legal, seguido pelo Mato Grosso (14,2%).
É também no estado do Pará que ocorrem as maiores concentrações (37,3%) de outro tipo de rocha, as chamadas metamórficas, que têm potencial como fonte de ouro primário. Elas são propícias ainda à formação de jazidas minerais de uso industrial, como ferro e manganês, e de sulfetos de cobre, chumbo e zinco. São também fontes de material para construção civil, como brita e rochas ornamentais.
Reportagem de Thais Leitão, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 02/06/2011
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Sim, com a descoberta do Reservatório de Alter do Chão, o Brasil detém a possibilidade de possuir o maior manancial de águas subterrânea do MUNDO…. Apesar de ser menor em extensão que o Aquífero Guarani.. Os especialistas calculam que poderia abastecer a populaçào mundial por pelo menos 400 anos….
Parece que esse pessoal do IBGE de hoje quer mesmo ver a Amazônia devastada, ela que desempenha o mais importante papel nas condições ambientais do Planeta, como reguladora de suas características climáticas. E o pior é que, no que diz respeito às águas subterrâneas essa afirmação que dá título à notícia é totalmente falaciosa. Reservas destas águas são importantes, não porque sejam enormes, astronômicas até, mas, porque viabilizam, estando preservadas, o escoamento de base da rede hidrográfica sobre elas estabelecidas. Se assim não a mantivermos, nos períodos secos um pouco mais prolongados, os rios deixam de correr e, conseqüentemente, ocorrem os fenômenos que, recentemente, afetaram esta mesma Amazônia: navegação fluvial inviável. vegetação definhando ou morrendo, emissão de CO2 aumentada e por aí vai. Tudo por causa do rebaixamento excessivo dos níveis hidrostáticos das águas subterrâneas contidas em seus diversos aqüíferos. Esse pessoal do IBGE precisa estudar um pouco mais.
Primeiro, não houve descoberta nenhuma do Alter do Chão. Há décadas se conhece a sua existência. Segundo, volto a dizer, reserva de reservatório subterrânea é importante apenas na medida em que propicia fluxo de base. Se o inviabilizarmos, adeus rios perenes, vegetação, meio ambiente, enfim.