Porto Sul: Após pressão, governo baiano altera local de porto em Ilhéus
O Complexo Portuário e de Serviços Porto Sul, de Ilhéus (BA), apontado como a maior obra de infraestrutura do governo Jaques Wagner na Bahia, teve seu ponto de instalação alterado por decreto publicado no Diário Oficial de hoje. A alteração ocorre após muita pressão de Organizações Não-Governamentais (ONGs) ligadas à proteção ambiental e de um pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), feito em fevereiro, para que fossem apresentadas alternativas de localização para o complexo. Reportagem de Tiago Décimo, da Agência Estado.
A estrutura, orçada em R$ 14,1 bilhões, vai reunir um terminal ferroviário – o fim da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), em construção – o porto, o retroporto, rodovia e um aeroporto internacional. A expectativa é de que o complexo seja capaz de escoar toda a produção de minérios e de grãos do Estado.
De acordo com o projeto original, o complexo seria instalado na região conhecida como Ponta do Tulha, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa Encantada, a cerca de 30 quilômetros do centro de Ilhéus. Segundo estudos produzidos pelas ONGs, cerca de 2,4 mil hectares de Mata Atlântica e mangues seriam devastados para a instalação. Além disso, o porto, que será feito em formato offshore, a três quilômetros da costa, ficaria sobre uma barreira de corais.
A mudança de local foi pequena – cerca de cinco quilômetros de distância do ponto original, no sentido de Ilhéus -, mas suficiente, segundo o governo, para que a ameaça de destruir barreiras de corais fosse afastada e que a destruição da fauna e da flora fosse minimizada.
Segundo o decreto, uma área de 4,83 mil hectares, na localidade de Aritaguá, foi declarada de utilidade pública para fins de desapropriação. “Com o aprofundamento dos estudos de impacto ambiental, foi possível ter elementos mais apurados para uma reavaliação da área”, justifica a secretária da Casa Civil da Bahia, Eva Chiavon.
EcoDebate, 13/04/2011
Nota do EcoDebate: Saibam mais, sobre o Complexo Portuário e de Serviços Porto Sul, de Ilhéus (BA), lendo os artigos:
Porto Sul, degradação ambiental e mistificação, artigo de Fabricio Ramos
Complexo Porto-Sul de minérios, Ilhéus, BA: O futuro, vítima da eleição, artigo de Marcos Sá Corrêa
Porto Sul afeta jovem democracia baiana, artigo de Suzana Padua
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A decisão da mudança não esta relacionada a pressão de ONGs, estas estão a serviço de interesses econômicos, e sim a orientação do IBAMA que diante de uma significante colônia de corais, sensibilizou o Governo do Estado que tem um apelo ambiental forte em suas obras a mudar para um dos pontos, anteriormente estudado, e como Aritaguá era dos pontos,depois da Tulha, o mais provável, fez se a opção. Com esta decisão anula-se o discurso do ministério Público que alegava haver espécies em extinção e mata atlântica em regeneração. Mentiras facciosas de grupos que se escondem sob o manto de ONGs mais que tem como propósito o atraso do país.