Benefícios do chá verde, artigo de Frederico Lobo
Benefícios do chá verde, artigo de Frederico Lobo
Muito se fala sobre as propriedades funcionais do chá branco e verde, mas qual é a real diferença entre eles?
Tanto o chá verde, quanto o chá branco são produzidos a partir de um processo químico de oxidação (incorretamente chamado de fermentação) das folhas de uma planta chamada Camelia Sinensis.
Entretanto, a diferença entre esses dois chás é que o branco é colhido quando as folhas ainda estão bem jovens, ou seja, o que distingue um chá do outro é quando as folhas da planta são colhidas.
Além disso, os estudos comprovam que essas catequinas do chá branco são mais ativas que as catequinas de outros chás. Portanto, acredita-se que, por apresentarem maior concentração de catequinas, seu efeito é mais potente. Porém, vale ressaltar que os estudos sobre o consumo de chá branco em humanos são escassos.
- Epicatequinas (EC),
- Epigalocatequinas (EGC),
- Epicatequina-3-galato (ECG),
- Epigalocatequina-3-galato (EGCG)
Os polifenóis do chá verde podem desempenhar efeitos benéficos em várias condições clínicas, sendo que as mais estudadas e caracterizadas estão relacionadas ao câncer, sobrepeso/obesidade e doença cardiovascular.
As catequinas presentes nos chás obtidos da Camelia Sinensis são consideradas potentes antioxidantes e antiinflamatórios, pois inibem a ativação do fator NF-kB, que é um ativador da inflamação. Por isso, o consumo regular de chá verde oferece diversos efeitos protetores ao organismo, devido à redução do processo inflamatório de uma maneira geral.
Os estudos indicam que o consumo ideal de chá verde para garantir os benefícios das catequinas é de 4 a 5 xícaras ao dia. Porém, é importante lembrar que ele nunca deve ser reaquecido.
Ação anti-cancerígena do chá verde
Muitos estudos sugerem que o consumo de chá verde está relacionado com a diminuição do risco de diversos tipos de cânceres.
Uma meta-análise publicada em 2006 que avaliou estudos epidemiológicos encontrou que o consumo elevado do chá verde (> 5 xícaras/dia) foi associado com uma redução de 20% no risco de câncer de mama (risco relativo = 0,78, 95% intervalo de confiança [IC], 0,61 a 0,98).
Outra meta-análise também publicada em 2006 encontrou que o alto consumo de chá verde foi associado com uma redução de 18% no risco de câncer colorretal (risco relativo = 0,82; 95% IC, 0,69-0,98).
Os resultados mostraram que o grupo tratado apresentou redução significativa no peso corporal, índice de massa corporal, massa gorda e circunferência da cintura e do quadril (p < 0,05).
Um estudo de coorte prospectivo com mais de 40.000 adultos japoneses mostrou que o consumo de chá verde foi inversamente associado com a mortalidade por doença cardiovascular. As mulheres que consumiram cinco ou mais xícaras/dia apresentaram 31% menos mortalidade por doença cardiovascular.
Um estudo duplo-cego randomizado controlado por placebo com 240 adultos chineses com hipercolesterolemia leve a moderada analisou a suplementação diária do extrato de chá-verde enriquecido com teaflavina. O grupo suplementado apresentou redução de 16,4% nos níveis de LDL (lipoproteína de baixa densidade) e em 11,3% nos níveis de colesterol total em comparação com o grupo placebo.
1 – VP Consultoria Nutricional
2 – Artigo da Dra. Rita de Cássia Borges de Castro (publicado no Nutritotal)
Obs: Muitos pacientes me perguntam:
1) Dr, como preparo o chá verde?
2) Dr, o chá verde em saquinho tem efeito ??
3) Dr, qual é melhor , cápsula de chá verde ou o chá in natura ?
1 – Preparo do chá
1 colher de sobremesa de chá verde ( +- 10g)
1 litro de água filtrada
1 rama de canela ou erva doce
Ferver de preferência em uma chaleira por no mínimo 5 minutos, até no máximo 10 minutos. Se for possível mexer com uma colher de pau.
Desligar o fogo, esperar esfriar um pouco e começar a tomar. Pode ser armazenado na geladeira por até 24 horas. Mas geralmente indo o seguinte: fazer cedo e tomar até as 14:00.
Atenção, evite de ingeri-lo próximo às refeições ou após pois os polifenóis impedem a absorção de cálcio, magnésio, ferro e zinco.
Para ler mais sobre o preparo: http://www.scielo.br/pdf/cta/v30s1/29.pdf
2 – Chá verde em sachê
Eu prefiro comprar o chá verde orgânico da mãe terra, a quantidade de chá verde no sachê é pouca, portanto faz-se necessário utilizar vários sachês.
3 – Cápsulas (extrato) ou in natura
Existem estudos comparativos e cada um tem suas vantagens. A cápsula tem a questão da comodidade, praticidade, porém o chá in natura (quando adicionado outras ervas ou sucos) pode ser saboroso e uma forma de aumentar a ingestão de água (algo muito comum entre meus pacientes, principalmente mulheres). Portanto estimulo o uso do chá in natura.
Apenas a título de curiosidade:
- Obesidade: o chá in natura tem efeito maior que o extrato, mas o efeito no índice de massa corpórea (IMC) é igual para os dois.
- A pressão arterial diastólica reduziu nos dois.
- Triglicerídeos reduziram com o chá in natura e não reduziram tanto com o extrato.
Obs: Para ler mais sobre Antioxidantes no blog, veja o post: http://www.ecologiamedica.net/2010/11/antioxidantes.html
Dr. Frederico Lobo – Sou médico, clínico geral e dentro do meu arsenal terapêutico utilizo da medicina tradicional chinesa (acupuntura) e de estratégias ortomoleculares (lembrando que ortomolecular não é especialidade médica ou área de atuação). Busco ter uma abordagem holística/integrativa dos meus pacientes, utilizando tal arsenal. Acredito que todos nós temos o dever de lutar pela restauração do equilíbrio entre o homem e a natureza e para isso, faz-se necessário que a Saúde seja interpretada por uma ótica ecológica (por isso ecologia médica). Não acredito que possa existir saúde sem a integração multidisciplinar entre todos os profissionais da área da saúde, sem educação em saúde (educação é a base de tudo) e muito menos sem respeito pelo ecossistema.
Artigo originalmente publicado no Blog Ecologia Médica e republicado pelo EcoDebate, 04/04/2011
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