Medidas para minimizar os impactos turísticos, artigo de Roberto Naime
Ao final de um domingo de verão, o lixo em praia do Rio de Janeiro. Foto O Globo
[EcoDebate] As medidas para minimizar os impactos causados pela atividade turística devem estar inseridas num planejamento integrado de todas as ações. Começam pelos cuidados dos impactos ambientais sobre a arquitetura e o planejamento, construção e operação dos equipamentos turísticos. Estes equipamentos, bem como as construções de recreação e lazer, devem estar integrados nas paisagens, tanto no estilo, como nos materiais e nas cores.
Instituir serviços de zeladoria para garantir a preservação da fauna e flora. Implantar programas de coleta seletiva eficientes, associados a programas de gestão de resíduos sólidos que incluam minimização na geração dos resíduos e reciclagem.
Devem ser implantados controles sobre as águas naturais e procedimentos para tratamento mínimo das águas servidas. Para isto usar instrumentos como a regulamentação legal de parques e áreas turísticas e implantar vigilância adequada para evitar que se infrinjam regulamentos legais.
Implantar programas de eficiência energética nos equipamentos turísticos, que podem também estar incluídos nas regulamentações e normas a serem seguidas.
Instituir programas permanentes de educação ambiental de turistas e moradores das regiões turísticas, enfocando também as ações de respeito e proteção aos sítios históricos e de representatividade local. É necessário também implantar projetos de sinalização turística e de comportamentos ambientais.
A preocupação em diminuir eventuais impactos de sazonalidade, com programas de viabilização dos espaços para atividades múltiplas são providências muito adequadas para toda a cadeia turística.
As áreas devem ser cercadas para controle do fluxo de pessoas. A delimitação da área evitará também invasões de animais de propriedades vizinhas e danos aos equipamentos e instalações. As propriedades vizinhas devem estar incluídas nos programas de preservação e valorização.
O turismo deve ser compatibilizado com as atividades originais da localidade, que geralmente são uma motivação adicional. As ações devem estimular o turismo não tecnicista, como caminhadas, passeios de bicicleta, charrete ou animais de tração. Este é o chamado lazer silencioso, que além de repousante para o turista, ajuda na proteção do meio ambiente receptor.
Todas as pessoas envolvidas nos processos de transporte, recepção, prestação de serviços e outros devem passar por processos permanentes de capacitação, atualização e melhoria. Não adianta apenas fazer um treinamento sem manter a atualização dos recursos humanos com as novas tecnologias e novas demandas que se apresentam.
O turismo necessita de investimentos relativamente baixos nos locais. Mas necessita de alta capacidade de gestão, administração e integração por parte dos responsáveis, para que os desafios não sejam respondidos de forma espontaneísta, e as improvisações cedam seu lugar a amplos programas de planejamento, monitorados por resultados, permitindo a satisfação de todos.
Roberto Naime, Professor no Programa de pós-graduação em Qualidade Ambiental, Universidade FEEVALE, Novo Hamburgo – RS, é colunista do EcoDebate.
EcoDebate, 16/08/2010
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As assertivas apontadas pelo Professor Roberto Naime espelham a realidade e ao mesmo tempo as deficiências do processo turístico na maioria das regiões brasileiras, isto para não dizer em todas. É, sobretudo necessário a intituição de um sitema de educação da população direta e indiretamente ligada ao processo para que se incuta na sociedade como um todo uma cultura ambiental preservacionista e de sustentabilidade.
Ante a imagem que ilustra o artigo fica a dúvida entre o tempo da educação que nossas crianças recebem em casa e nas escolas e o tempo de visualização de tais fatos corriqueiros, infelizmente, ao vivo e a cores. Reáremos que crianças transitam em meio a tudo isto. Haja educação e cultura ambiental para combater tais “cotidianos” brasileiros… Não desanimemos, o caminho apontado é o correto.
Todo mundo quer falar de direito ambintal, criticam com severidade os produtores e empresários, no entanto não se logram ao trabalho de manter uma boa educação.
Ouço, muitas vezes, as pessoas falaram sobre projetos milaborantes, criativos, alguns bons e exequíveis, outros nem tanto. Mas o que se percebe é que o mínimo não é feito.
Investem-se milhões em novos projetos científicos e etc. para solucionar os problemas ambientais, ao passo que não se olha muitas vezes para o obvio: Fazer uma coleta de lixo eficiente e destinar o lixo com o mínimo de cuidado.
Existe muita distância entre os discusos e as efetivas ações, de um lado idealistas de outro pessoas totalmente indiferentes e irresponsáveis.
Temos que trazer os debates e ações ambientais para a realidade.
Não precisamos de idéias mirabolantes e inovadoras.
A maioria dos problemas ambientais são resolvidos com o simples, o óbvio.
Como por exemplo: dar uma destinação responsável aos resíduos. Será que é tão difícil fazer isso?