Relatório da ONU revela que os povos indígenas são parte da população mais pobre do mundo
Os povos indígenas vivem em situação de pobreza no planeta. A afirmação consta de um relatório [The State of the World’s Indigenous Peoples] divulgado ontem (14) pela Organização das Nações Unidas (ONU) que mostra que cerca de 15% dos 370 milhões de índios representam um terço dos mais pobres do mundo e também um terço dos 900 milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza, com menos de U$ 4,00 por dia, e habitam áreas rurais.
O documento destaca que devido a uma série de fatores como o analfabetismo, o desemprego e a discriminação “a comunidade indígena está associada a ser pobre”. No mercado de trabalho, isso se reflete nos salários e significa que os índios, mesmo capacitados, recebem a metade que os não-índios. Na América Latina, a Bolívia apresenta a maior diferença de salário para cada ano adicional de escolaridade.
A pobreza, no entanto, também é a realidade dos índios de países considerados desenvolvidos, como o Canadá, os Estados Unidos, a Austrália e a Nova Zelândia. Lá, a população indígena tem os indicadores sociais mais baixos e é vítima do avanço da obesidade e do diabetes tipo 2, além da baixa expectativa de vida. Na Austrália, a expectativa de vida de um aborígene é em média 20 anos menor do que a dos demais indivíduos.
A falta de apoio para a utilização de conhecimentos tradicionais e para a instalação de sistemas que atendam de maneira diferenciada essa população, além de problemas de ordem cultural como a discriminação e a falta de perspectivas de vida, refletem-se em problemas de saúde como alcoolismo que pode levar ao diabetes – que já atinge mais da metade dos índios do mundo – e nas taxas de suicídio.
“Em algumas comunidades, a diabetes alcançou níveis de epidemia e é um risco à existência dos índios”, afirma o relatório da ONU, que também destaca o avanço da Aids, trazida pela prostituição, em muitos casos, e da tuberculose. “Por causa da pobreza, a tuberculose afeta desproporcionalmente os indígenas”, invisíveis devido a diferenças linguísticas, distâncias geográficas e precárias condições de habitação.
O relatório da ONU sobre a situação dos povos indígenas no mundo também lembra que nas últimas duas décadas, centenas de jovens Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, cometeream suicídio. Dados do Ministério da Saúde, coletados entre 2000 e 2005 mostram que em duas comunidades a taxa de suicídio era 19 vezes maior que a taxa nacional.
“A situação dos Kaiowá resume os principais problemas indígenas do Brasil. Desnutrição, suicídio, alcoolismo, desemprego, falta de terras e violência”, disse Marcos Terena, articulador do Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena (ITC) ao comentar os resultados do levantamento. “O Mato Grosso do Sul é considerado o estado do país mais violento para os índios, onde os poderes pecuaristas e políticos avançaram demais”, criticou.
De acordo com a pesquisa, o baixo acesso a mecanismos que garantam condições de sobrevivência a essas comunidades como terra, saúde, educação e participação nas decisões políticas e econômicas em seus países têm explicações históricas. O documento conclui que a colonização e a expropriação fundiária são responsáveis por esses indicadores.
Reportagem de Isabela Vieira, da Agência Brasil, publicado pelo EcoDebate, 15/01/2010
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Um relatório da ONU diz que as populações indígenas são parte da população mais pobre do mundo.
Não concordo!
Não concordo!Pois as causas dessa pobreza não tiveram origem na sua sociedade primitiva e natural.
Os índios ficaram pobres quando foram ou tiveram suas culturas invadidas pela praga chamada “homem Branco”.
Riqueza ou pobreza depende muito do ponto de vista. No posto de vista do homem branco riqueza é materialista e incessível aos seus próprios semelhantes. E isso afeta os índios sobremaneira, os levando a todos os vícios doentios do homem branco.
Enquanto viviam na floresta longe da chamada civilização branca, os índios tinham de volta da natureza uma riqueza incalculável: Tinham saúde, alimentação não faltava. Viviam dentro das suas tradições naturais, e nada contribuíam para a destruição do Planeta.
Ao contrario da civilização branca que confusa com sua “riqueza” caminha para um horizonte sombrio…