Prefeitos da região de Atibaia reclamam que Sabesp não avisou sobre abertura de comportas
Prefeituras da região de Atibaia (SP) se queixaram ontem (14) que não foram avisadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) sobre a abertura das comportas dos reservatórios do Sistema Cantareira. Isso, segundo as administrações municipais, causou aumento da vazão dos rios que cortam a região, no início de janeiro, e alagou alguns bairros das cidades, prejudicando centenas de famílias.
“Nunca houve um preparo por parte da Sabesp para uma situação de cheias. Ao longo dos anos houve a preocupação com o período de seca. Nós, municípios, não fomos avisados. Era muita remota a possibilidade de aumento de vazões por conta de cheia, porque essa é uma realidade nova” afirmou, em entrevista à TV Brasil, a prefeita de Piracaia, Fabiane da Costa Santiago.
Para o prefeito de Atibaia, a preocupação com a falta de água nos últimos anos deixou despreparada a região para uma situação de excesso água. “Até hoje se pensava apenas em falta de água. Todas as ações foram desenvolvidas para que houvesse maior produção de água com o menor consumo. Hoje, estamos em uma situação totalmente diferente. Temos excesso de água e não havíamos discutido isso nos últimos anos.”.
Um dos gerentes de Recursos Hídricos da Sabesp, Carlos Roberto Dardes, disse que a empresa comunicou e seguiu as decisões da Câmara Técnica de Monitoramento Hídrico da região. Ele também afirmou que a Sabesp não descarregou parte das águas nos meses anteriores à cheia porque a região corria o risco de estiagem.
“A Câmara Técnica de Monitoramento achou por bem não abrir naquele momento. Mesmo porque já tivemos um histórico recente de falta d’água”, afirmou Dardes à TV Brasil.
No início do mês, a Sabesp informou que as represas da região não haviam colaborado com a enchente. De acordo com a empresa, as represas retêm parte da vasão do rio e liberam a água aos poucos. “Só para se ter uma ideia, enquanto o descarregamento [saída de água] hoje foi de 16 metros cúbicos por segundo, a represa recebia 35 metros cúbicos por segundo no período. Já no dia 2, a vazão do rio era de 70 mil litros por segundo e as represas estavam liberando apenas 14 mil litros por segundo”, disse a empresa, em nota.
No início do mês, com a cheia do Rio Atibaia, mais de 300 famílias foram prejudicadas nos bairros Parque das Nações, Jardim Kanimar, Guaxinduva, Caetetuba, bairro da Ponte e Terceiro Centenário. As cidades vizinhas também tiveram prejuízos com a elevação do nível do rio.
Reportagem de Bruno Bocchini, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 15/01/2010
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