Créditos de carbono podem contribuir para a destruição dos rios brasileiros, por Telma Monteiro
Consórcios responsáveis pelas usinas do Madeira e investidores em PCHs correm atrás de créditos de carbono.
Nos últimos dias algumas notícias divulgadas em diversos órgãos da imprensa e em sites alternativos chamaram nossa atenção. Houve um aumento considerável no número de Pequenas Centrais Elétricas (PCHs) sendo autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e os consórcios responsáveis pelas usinas do Madeira estão fazendo projetos para certificação de créditos de carbono.
Associações ligadas ao setor de energia sugeriram ao Ministério de Minas e Energia a realização de leilões de reserva para PCHs. Parece que o Proinfa está indo muito devagar com a segunda etapa do plano que ainda não decolou, e os investidores têm pressa.
Essa pressa está diretamente ligada a outro detalhe, também noticiado nesta semana, sobre os projetos de crédito de carbono do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Organização das Nações Unidas. A tonelada do carbono seqüestrado está valendo €12. Os responsáveis pelos pequenos empreendimentos hidrelétricos estão correndo atrás desses créditos para incrementar suas receitas.
Os consórcios donos das usinas Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, já estão preparando seus projetos para a obtenção dos certificados de créditos de carbono. Será Interessante descobrir quais os argumentos que utilizarão para provar que a energia que pretendem gerar seria limpa! (TM)
Telma D. Monteiro
Coordenadora
Energia e Infra-Estrutura Amazônia
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé
EcoDebate, 05/08/2009
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