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Estudo de estado nutricional e das práticas alimentares detecta baixo consumo de vitaminas entre adolescentes

A nutricionista Rozane Aparecida Toso Bleil:
A nutricionista Rozane Aparecida Toso Bleil: “Resultados podem nortear ações efetivas”. (Foto: Antoninho Perri)

Estudo realizado no município de Toledo, no oeste paranaense, detectou baixo consumo de vitamina A, cálcio e fibras e alto consumo de colesterol entre adolescentes de quatro escolas municipais. Para a tese de doutorado, defendida na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), a nutricionista Rozane Aparecida Toso Bleil entrevistou 167 adolescentes entre 10 e 18 anos para avaliação do estado nutricional e das práticas alimentares dessa população. O lado positivo do estudo foi a constatação da baixa prevalência de excesso de peso entre os adolescentes.

A pesquisa, orientada pelas professoras Elisabete Salay e Marina Vieira da Silva, foi parte integrante de outro estudo realizado em outros quatro municípios brasileiros – Piracicaba, Campinas, Piedade e Seropédica – para se traçar o perfil dos adolescentes em relação ao Programa Nacional de Alimentação Escolar. A parceria envolveu, além da Unicamp, a Universidade Paranaense e a Universidade Rural do Rio de Janeiro. A coordenação do estudo ficou a cargo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo.

A adolescência, segundo Rozane, é um dos períodos mais críticos em relação à alimentação. Em geral, o consumo de vitaminas e minerais é substituído facilmente por produtos com alto teor energético e com déficit de vitaminas e minerais. A alimentação inadequada nesta faixa etária, complementa a nutricionista, consiste em uma preocupação sempre em pauta nos órgãos competentes para propostas de ações efetivas. “Os hábitos alimentares inadequados podem desencadear aumento de diversas doenças e, por isso, a importância de se conhecer o estado nutricional do grupo para que se possa direcionar ações mais efetivas”, esclarece.

Pelos resultados, os adolescentes consomem aproximadamente 50% do recomendado em relação ao cálcio e vitamina A. A recomendação no consumo de fibras nesta faixa etária é de 26 gramas e, no entanto, o consumo médio foi de 18 gramas. Já o consumo diário de produtos ricos em gordura, tais como colesterol, não deve ultrapassar 200 miligramas, porém a quantidade foi superior. “São importantes iniciativas que proponham estratégias educativas a serem desenvolvidas em âmbito escolar para que sejam corrigidos, em curto prazo, os problemas nutricionais”, destaca Rozane.

Outra vertente do estudo realizado na FEA apontou que 77% do grupo entrevistado apresenta boa adesão ao programa de alimentação escolar. Destes, 57% realizam as refeições de quatro a cinco vezes por semana. Os resultados mostraram ainda, conforme explica a nutricionista, que não houve associação positiva com renda familiar ou nível socioeconômico no grupo. Por outro lado, foram observadas condições inadequadas para o consumo das refeições. “O local onde os adolescentes consomem a alimentação escolar é restrito, e os jovens comem em pé ou sentados em batentes de portas”, destaca. (R.C.S.)

Matéria do Jornal da Unicamp Nº 435, publicada pelo EcoDebate, 16/07/2009

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