Município de Quissamã, no norte fluminense, inaugura aterro sanitário até o fim do ano
O município de Quissamã, no norte fluminense, deve inaugurar até o fim deste ano um aterro sanitário para destinação final do lixo produzido por seus habitantes, além da população de outros três municípios vizinhos – Carapebus, Conceição de Macabu e São João da Barra.
A iniciativa faz parte do projeto Lixão Zero, da Secretaria Estadual do Ambiente, que tem por objetivo acabar com os lixões existentes em território fluminense, substituindo-os por aterros sanitários, considerados ambientalmente mais adequados para tratar resíduos sólidos.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente de Quissamã, José Ricardo Pedruzzi, atualmente as cerca de 50 toneladas de lixo produzidas diariamente nos quatro municípios são encaminhadas a um aterro particular. A expectativa é que com a inauguração da unidade haja uma economia para os cofres públicos de aproximadamente 75% do valor gasto atualmente, de R$ 80 reais por tonelada, além de garantir destinação apropriada ao material descartado.
“Todos nós sofremos muito com a questão da destinação final do lixo porque como é uma atividade pouco lucrativa não atrai nenhuma empresa. Dessa forma, muitos municípios dão uma destinação inadequada e acabam sendo alvos de ações movidas pelo Ministério Público. Na nossa região existe um aterro particular e praticamente todos os municípios têm enviado o resíduo sólido para lá. O problema é que isso tem um custo bastante elevado”, afirmou.
O secretário Pedruzzi destacou, ainda, que o projeto a ser instalado em Quissamã prevê tratamento especial de todos os elementos descartados. O material sólido será despejado sobre uma camada impermeabilizante de argila. O resíduo líquido, chamado de chorume, será canalizado para uma lagoa de contenção. Após a decantação, parte desse material poderá ser reconduzido à natureza e os elementos orgânicos não poluentes serão processados e transformados em adubo orgânico.
Além disso, num prazo de dois anos após a entrada em funcionamento do aterro, o gás metano produzido pelo lixo será canalizado para uma usina termelétrica que alimentará a Zona Especial de Negócios do município.
O projeto está na fase de licenciamento ambiental. A expectativa é que a liberação pelas autoridades ambientais saia nos próximos dias. A partir dessa liberação, o governo estadual vai abrir uma licitação para definir a empresa que ficará responsável pela obra. O aterro terá autonomia de gestão, mas será fiscalizado pelos municípios e também pelo governo do estado.
O projeto Lixão Zero foi anunciado pela Secretaria Estadual do Ambiente no ano passado e conta com o apoio do governo federal, por meio do Ministério da Saúde.
Edição: Lílian Beraldo
Matéria de Thaís Leitão, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 23/06/2009.
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