Comissão Internacional Baleeira debate moratória sobre caça à baleia
Carne do mamífero é separada em entreposto japonês
Apesar da proibição internacional, a caça comercial às baleias é praticada na Noruega e na Islândia. Japão a permite apenas sob pretexto científico. Comissão que regulamenta o setor debate questão em encontro em Funchal.
O próprio futuro da Comissão Internacional Baleeira (CIB ou IWC, na sigla em inglês) está em debate no 61º encontro anual da organização, que começou nesta segunda-feira (20/06) e se estende até a sexta-feira em Funchal, na ilha portuguesa da Madeira. Afinal, o debate acerca do possível relaxamento da sanção à caça de baleias poderia enfraquecer o papel desempenhado pela comissão nos anos que se seguem.
Criada em 1946, a comissão tem o propósito de garantir a preservação do gigante marinho e regulamentar a indústria de carne de baleia. Além de questão da moratória, serão debatidos neste ano temas como as cotas de sobrevivência para populações autóctones, métodos de caça, a conservação da espécie, além de questões orçamentais e financeiras.
Exceções à regra
A moratória que proíbe a caça mundial da baleia está em vigor desde 1986. Atualmente, Noruega e Islândia são os únicos países do mundo onde a caça comercial às baleias é oficialmente permitida. No Japão, a caça é permitida apenas para fins científicos.
Estima-se que até mil baleias são mortas a cada ano e a carne, não aproveitada nas pesquisas, frequentemente vai parar nos supermercados e restaurantes. Durante o encontro, o Japão pretende obter permissão para liberar a caça comercial perto de sua área costeira.
Também a Dinamarca deve buscar apoio junto à União Europeia para permitir que a Groenlândia possa caçar 50 baleias do tipo jubarte em cinco anos para alimentar sua população. Na opinião de críticos, a intenção da Dinamarca é meramente reintroduzir o comércio em seu território autônomo.
Entrar ou não na UE?
Na Islândia, a prática voltou a ser adotada em 2006, apesar da moratória internacional em vigor. Em maio último, a Islândia deu início à temporada de caça com uma cota máxima ampliada, apesar de protestos dos Estados Unidos, da Alemanha, da França e do Reino Unido.
Em fevereiro, a Islândia provocou a ira de grupos ativistas ao aumentar a cota de caça à baleia fin de nove para 150 por ano e de 40 para cem no caso das baleias minke. Além disso, no ano passado o país voltou a exportar carne do mamífero para o Japão, depois de 18 anos de suspensão.
Representantes do setor acreditam que, caso o país se torne membro da União Europeia, a caça teria que ser banida. “Não me supreenderia se isso acontecesse”, prevê Kristjan Loftsson, presidente da Hvalur, a maior empresa de caça a baleias da ilha. Segundo ele, seu país deveria se manter fora do bloco não apenas em defesa dos interesses dos caçadores de baleias, mas de todo seu setor pesqueiro. “Os islandeses são suficientemente bem informados para dizer não à Europa.”
NP/afp/dpa
Revisão: Rodrigo Abdelmalack
Matéria da Agência Deutsche Welle, DW-WORLD.DE, publicada pelo EcoDebate, 23/06/2009.
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