Rompimento da barragem Algodões 1, Piauí, deixou quatro pessoas mortas e cinco desaparecidas
Algodões I. Foto: André Leão/CCom
Inundação no Piauí obriga quase 3.000 pessoas a abandonarem suas casas e deixa ao menos 4 mortos
A inundação da zona rural do município de Cocal, no Piauí, causada pelo rompimento da barragem Algodões 1, deixou quatro pessoas mortas e cinco desaparecidas, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros do município. No total são 2.000 pessoas desabrigadas (transferidas para abrigos públicos), 953 desalojadas (acolhidas em casas de amigos e parentes), 312 residências destruídas e 180 danificadas.
Segundo os bombeiros, a infraestrutura de abastecimento de energia, de transporte e de telecomunicações dos locais atingidos está destruída. Já a infraestrutura para fornecimento de água está danificada e, por esta razão, os moradores estão sem água. Do UOL Notícias, 28/05/2009 – 18h30.
Vinte comunidades da zona rural de Cocal foram afetadas: Alvidões, Franco, Cruzinha, Figueira, Boiba, Angico Branco, Tabuleiro, Dom Bosco, Segundo Campo, Cansação, Gado Bravo, Capiberibe, Jenipabinho, Frecheiras de São Pedro, Sítio Frecheira, Olho D’Água, Gangorra, Boa Vista dos Ibóreus, Pinguim e Câmara.
Mortes
A Polícia Militar confirmou a morte de quatro pessoas na área atingida pelo rompimento da Barragem Algodões 1, na zona rural do município de Cocal, região Norte do Piauí, provocado pelas chuvas que atingem o Estado.
O governador do Piauí, Wellington Dias, recebeu nesta quinta (28) ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que prestou solidariedade a todo o Estado do Piauí, especialmente aos moradores do município de Cocal de Estação, onde uma criança morreu após o rompimento de uma barragem.
De acordo com o governo do Estado, ao saber do ocorrido, o presidente Lula determinou o apoio imediato da Defesa Civil Nacional no atendimento à população de toda a região atingida.
De acordo com a Secretaria de Comunicação do governo, o rompimento da barragem aconteceu às 16h desta quarta, provocada pelas fortes chuvas que atingiram o Ceará, onde fica a cabeceira do rio Pirangi. A barragem foi construída no leito do rio, com capacidade para armazenar 52 milhões de metros cúbicos de água.
Famílias foram orientadas a voltar para local inundado
Famílias de Cocal e Buriti dos Lopes foram orientadas por órgãos estaduais e municipais na última sexta-feira (22) a deixarem os abrigos públicos e voltarem para suas casas, após o engenheiro responsável pela construção da obra e técnicos da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi) garantirem que não havia mais risco de rompimento da barragem.
Acompanhado do secretário estadual de Defesa Civil e deputado estadual, Fernando Monteiro (DEM), do coronel da Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, e de técnicos do Estado, o governador afirmou que “nada faltará para as famílias (atingidas), e o que elas precisarem, terão”.
Mais de 100 militares, entre bombeiros e policiais de Teresina e de Parnaíba, estão no local com lanchas e cinco helicópteros para resgatar as vítimas. Aproximadamente 40 toneladas de alimentos e 50 mil medicamentos foram enviados pelo governo do Estado aos atingidos pela inundação em Cocal.
Durante toda a noite, pessoas em áreas de risco foram resgatadas, segundo a administração estadual. A BR-343, com destino ao litoral do Estado, não sofreu danos. As cidades de Parnaíba, Luís Correia, Cajueiro da Praia e Ilha Grande não foram afetadas pelo rompimento.
Por determinação do governador Wellington Dias, os helicópteros que estão em Cocal continuarão nos próximos dias nas buscas a pessoas que ainda possam necessitar de socorro. Ambulâncias do Sistema Único de Saúde (SUS) estão a postos ao longo do rio e os prontos socorros de Parnaíba, Piripiri e de Teresina estão preparados para atender às vítimas das águas, caso necessário.
Nota do EcoDebate: este é um triste exemplo de como a incapacidade de gerenciamento de riscos pode ser mortal. No dia 16/05 publicamos a notícia de que a barragem estava próxima do rompimento e de que a população estava sendo retirada da área de risco desde o dia 13/05. [Barragem Algodões 1, no Piauí, pode romper e moradores são retirados das áreas de risco].
No entanto, como destaca a ótima matéria do UOL Notícias, a famílias de Cocal e Buriti dos Lopes foram orientadas por órgãos estaduais e municipais na última sexta-feira (22) a deixarem os abrigos públicos e voltarem para suas casas, após o engenheiro responsável pela construção da obra e técnicos da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi) garantirem que não havia mais risco de rompimento da barragem.
Vejam foto da barragem Algodões 1 no dia 15/05, em foto de Carlson Pessoa.
Mais uma tragédia previsível e completamente desnecessária para a qual se exige uma punição exemplar para TODOS os (ir)responsáveis. Nenhum governo ou orgão governamental pode ‘brincar’ com a vida das pessoas.
Henrique Cortez, henriquecortez@ecodebate.com.br
coordenador do EcoDebate
[EcoDebate, 29/05/2009]
Inclusão na lista de distribuição do Boletim Diário do Portal EcoDebate
Caso queira ser incluído(a) na lista de distribuição de nosso boletim diário, basta que envie um e-mail para newsletter_ecodebate-subscribe@googlegroups.com . O seu e-mail será incluído e você receberá uma mensagem solicitando que confirme a inscrição.
TRAGEDIA COMO ESTA PODERIA SER EVITADA CASO HOUVESSE LEIS QUE OBRIGASSE AS AS AUTORIDADES TREINAR FUGAS DA POPULACAO EM CASO DE ACIDENTES COM BARRAGENS HIDRELETRICAS, USINAS NUCELARES, ENTRE OUTRAS.
CITAMOS O EXEMPLO DE PICOS PI, LOCALIZADA NO CENTRO/LESTE DO PIAUI, CIDADE COM 75.000 HABITANTES LOCALIZADA HA 24 KMS DA BARRAGEM DE BOCAINA COM CAPACIDADE PARA 96.000.000 DE METROS CUBICOS, A SEGUNDA CIDADE MAIS IMPORTANTE DO ESTADO.
Esse engenheiro junto com os responsaveis pelos orgãos Estaduais e Municipais, que orientaram as familias a voltarem para suas casas devem ser punidos na forma da lei. Eles são os verdadeiros responsáveis pelas mortes ocorridas.