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Notícia

13% dos brasileiros adultos são obesos

A obesidade aumentou principalmente em mulheres. Hoje, 13,6% delas estão nessa faixa. Excesso de peso se manteve estável nos últimos anos

Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde mostra que a obesidade aumentou nos brasileiros. Atualmente, 13% dos adultos são obesos, sendo o índice maior entre as mulheres (13,6%) do que entre os homens (12,4%). Em 2006, quando foi apresentada a primeira edição do estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Por Inquérito Telefônico (VIGITEL), 11,4% dos brasileiros eram obesos. Em 2007, esse índice subiu para 12,9% (tabela 1).

“A obesidade em mulheres vinha em uma tendência de estabilização nas pesquisas anteriores (VIGITEL 2006 e 2007) e, agora, há um aumento expressivo (tabela 2). É muito preocupante”, afirma a coordenadora geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta. “Historicamente, observamos uma mudança no padrão de peso corpóreo do brasileiro muito acentuado e rápido. A pesquisa Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) realizada no Brasil em 1975 mostrou que 2,8% dos homens e 7,8% das mulheres eram obesas. Em 2002, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares apontaram que a obesidade atingia 8,8% dos homens e 12,7% das mulheres. Estes dados confirmam o processo de transição nutricional pelo qual o país passa”, afirma Malta.

Já o índice de brasileiros com excesso de peso se manteve estável nos últimos três anos. Entre os adultos das 26 capitais e do Distrito Federal, 43,3% estão acima do peso (tabela 3). A freqüência entre os homens é maior: 47,3% deles estão com excesso de peso, enquanto 39,5% delas estão nessa faixa.
O excesso de peso é diagnosticado a partir do Índice de Massa Corporal (IMC), obtido pela razão entre o peso e o quadrado da altura. Se esse índice alcança valor igual ou superior a 25 kg/m², há excesso de peso. A obesidade é diagnosticada quando o índice atinge ou supera os 30 kg/m².

GAÚCHOS LIDERAM – Das 27 cidades pesquisadas, Porto Alegre é a que apresenta maior frequencia de excesso de peso em adultos: quase metade da população adulta (49%) está acima do peso (tabela 3). A capital gaúcha também lidera o ranking quando o assunto é obesidade – 15,9% dos adultos estão com IMC acima de 30 kg/m² (tabela 4). Já Teresina é a cidade em que há menor quantidade de pessoas acima do peso (36,6%), embora o menor número de obesos esteja em São Luís (MA), onde 9,5% são obesos.
A relação entre escolaridade e obesidade também foi pesquisada pelo VIGITEL. O resultado mostra que, no estrato de menor escolaridade, 18% das mulheres são obesas. No de maior escolaridade, são apenas 8,5%. Essa relação é diferente quando se trata dos homens: o índice de obesidade é praticamente o mesmo em todos os níveis de escolaridade – de 12% a 13% (tabela 5).

Quanto à relação com a idade, o relatório revela maior frequência de obesidade em homens entre 45 e 54 anos de idade; nessa faixa etária, o índice aumenta mais de três vezes comparado àqueles entre 18 e 24 anos, diminuindo nas faixas seguintes.

Nas mulheres, a freqüência aumenta mais de seis vezes entre 18 e 24 anos e de 55 a 64 anos. E diminui a partir dos 65 anos (tabela 5). “Diagnosticar o excesso de peso é importante para prevenir doenças crônicas, tais como as cardiovasculares”, lembra Deborah Malta.

Por isso, o MS alerta para a importância de uma alimentação saudável aliada à prática de atividade física no dia-a-dia. Isso não significa, obrigatoriamente, matricular-se em uma academia. A atividade física pode ser realizada no cotidiano de cada um, praticando caminhadas, dançando e outras atividades. Pode-se fazer atividade física no tempo livre ou do lazer, mas também há outras oportunidades para se exercitar: no trabalho, no deslocamento para o trabalho e nas atividades domésticas.

Tabela 1
Variações no percentual de indivíduos expostos a fatores de risco

Variáveis
2006
2007
2008
%
%
%
Obesidade (total)
11,4
12,9
13,0
Excesso de peso (total)
43,0
43,4
43,3
Tabela 2
Variações no percentual de mulheres e homens expostos a fatores de risco

Variáveis
2006
2007
2008
%
%
%
Obesidade (mulheres)
11,5
12
13,6
Obesidade (homens)
11,3
13,7
12,4
Tabela 3 – EXCESSO DE PESO
Percentual de adultos com excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m2)
Sexo
Capitais / DF
Total
Masculino
Feminino
%
%
%
Aracaju
42,0
43,0
41,0
Belém
46,4
52,1
40,3
Belo Horizonte
44,0
46,5
41,5
Boa Vista
45,9
48,1
43,3
Campo Grande
47,9
54,6
41,2
Cuiabá
48,4
51,8
44,8
Curitiba
46,7
48,9
44,7
Florianópolis
41,8
48,3
35,7
Fortaleza
44,3
49,6
39,4
Goiânia
44,6
48,6
40,6
João Pessoa
45,2
47,7
42,8
Macapá
47,7
51,8
43,4
Maceió
42,1
47,1
37,2
Manaus
42,2
42,3
42,1
Natal
43,4
46,1
40,9
Palmas
38,9
47,0
30,0
Porto Alegre
49,0
54,1
44,7
Porto Velho
44,1
46,9
41,0
Recife
46,5
51,5
41,7
Rio Branco
48,3
56,3
39,6
Rio de Janeiro
43,8
45,4
42,3
Salvador
41,0
41,4
40,6
São Luís
38,4
45,9
30,8
São Paulo
45,7
53,4
38,6
Teresina
36,6
38,7
34,6
Vitória
42,7
48,7
37,1
Distrito Federal
39,7
45,0
34,9
Tabela 4 – OBESIDADE
Percentual de adultos com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2)
Sexo
Capitais / DF
Total
Masculino
Feminino
%
%
%
Aracaju
13,8
11,2
16,3
Belém
12,6
12,6
12,6
Belo Horizonte
12,1
11,3
12,9
Boa Vista
15,0
16,6
13,2
Campo Grande
13,9
14,1
13,7
Cuiabá
14,1
14,6
13,6
Curitiba
14,1
13,4
14,7
Florianópolis
12,0
13,5
10,5
Fortaleza
15,0
14,6
15,3
Goiânia
11,3
9,6
13,0
João Pessoa
14,3
16,6
12,1
Macapá
15,1
13,2
17,1
Maceió
13,5
13,6
13,5
Manaus
13,9
12,8
15,0
Natal
11,7
11,6
11,8
Palmas
10,2
10,2
10,2
Porto Alegre
15,9
15,6
16,0
Porto Velho
13,0
12,6
13,4
Recife
13,9
15,4
12,5
Rio Branco
15,2
14,6
15,8
Rio de Janeiro
12,8
12,4
13,3
Salvador
12,2
9,2
15,2
São Luís
9,5
8,1
11,0
São Paulo
13,8
15,2
12,5
Teresina
10,7
12,2
9,3
Vitória
11,0
11,8
10,3
Distrito Federal
12,0
10,4
13,4
Tabela 5 – OBESIDADE
Percentual de indivíduos com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2), por sexo, segundo idade e anos de escolaridade

Variáveis
Total
Masculino
Feminino
%
%
%
Idade (anos)
18 a 24
4,2
4,9
3,5
25 a 34
11,9
11,9
11,8
35 a 44
15,0
15,9
14,1
45 a 54
19,3
18,0
20,5
55 a 64
19,9
15,8
23,7
65 e mais
16,5
11,2
20,5
Anos de escolaridade
0 a 8
15,0
12,3
18,0
9 a 11
10,6
11,8
9,5
12 e mais
10,9
13,4
8,5
Total
13,0
12,4
13,6

Fonte: Vigitel Brasil 2008.

[EcoDebate, 08/04/2009]

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