Estudo confirma a contaminação de peixes por medicamentos nas principais cidades dos EUA
[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Pesquisas cientificas vem, crescentemente, demonstrando a contaminação dos recursos hídricos e de alimentos por compostos químicos, agrotóxicos, hormônios sintéticos, etc. Os niveis autuais já são alarmentes e, aparentemente, tendem ao crescimento.
Uma nova pesquisa [Occurrence of pharmaceuticals and personal care products (PPCPs) in fish: Results of a national pilot study in the U.S], publicada na edição online da revista Environmental Toxicology and Chemistry, testou a presença de medicamentos em peixes de algumas das maiores cidades dos EUA, confirmando que eles eram um coquetel de produtos farmacêuticos.
Os pesquisadores testaram peixes capturados na região das cidades Phoenix, Dallas, Chicago, Philadelphia e Orlando, usando como comparação os peixes capturados na reserva natural de Gila River, no Novo México, uma área preservada e isolada da potencial contaminação de grandes centros urbanos ou industriais.
A pesquisa, financiada pela agência de proteção ambiental dos EUA (EPA) encontrou resíduos de medicamentos de controle de colesterol, de controle de hipertensão, contra alergias e medicamentos psiquiátricos, receitados para transtorno bipolar e depressão.
E isto, ao longo prazo, pode ser uma ameaça à saúde, tal como já se discute pela utilização de antibióticos na produção de carne.
Cabe destacar que a contaminação química que potencialmente tenha efeitos adversos na saúde ocorre, em geral, por bioacumulação, exigindo uma exposição intensa e continuada. E este é o risco quando falamos da contiminação de alimentos.
Na matéria “Estudo relaciona medicamentos vendidos na Suécia com sérios danos ambientais na Índia”, discutimos a contaminação de recursos hídrico na Índia pelas águas residuais da industria farmacêutica.
Esta nova pesquisa confirma as informações da matéria “Água consumida por 41 milhões de norte-americanos está contaminada com medicamentos“.
Dentre os diversos riscos à saúde, podemos destacar a resistência aos medicamentos, o que exige doses cada vez maiores e a hiperdosagem, quando a pessoa utiliza um medicamento prescrito e, ao mesmo tempo, ingere doses residuais deste medicamento através dos alimentos.
O artigo “Occurrence of pharmaceuticals and personal care products (PPCPs) in fish: Results of a national pilot study in the U.S“, apenas está disponível para assinantes da revista Environmental Toxicology and Chemistry.
Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract:
Occurrence of pharmaceuticals and personal care products (PPCPs) in fish: Results of a national pilot study in the U.S
Alejandro J Ramirez, Richard A. Brain, Sascha Usenko, Mohammad A. Mottaleb, John G O’Donnell, Leanne L Stahl, John B Wathen, Blaine D Snyder, Jennifer L Pitt, Pilar Perez-Hurtado, Laura L. Dobbins, Bryan W. Brooks, and C. Kevin Chambliss
Environmental Toxicology and Chemistry
Volume preprint, Issue 2009 (January 2009) pp. 0000–0000
DOI: 10.1897/08-561.1
abs
Alejandro J Ramirez1, Richard A. Brain1, Sascha Usenko1, Mohammad A. Mottaleb1, John G O’Donnell2, Leanne L Stahl3, John B Wathen3, Blaine D Snyder2, Jennifer L Pitt2, Pilar Perez-Hurtado1, Laura L. Dobbins1, Bryan W. Brooks1, and C. Kevin Chambliss1,¤
1 Baylor University
2 Tetra Tech Inc.
3 U.S. Environmental Protection Agency
Pharmaceuticals and personal care products are being increasingly reported in a variety of biological matrices, including fish tissue; however, screening studies have presently not encompassed broad geographical areas. A national pilot study was initiated in the USA to assess the accumulation of PPCPs in fish sampled from five effluent-dominated rivers that receive direct discharge from wastewater treatment facilities in Chicago, IL, Dallas, TX, Orlando, FL, Phoenix, AZ, and West Chester, PA. Fish were also collected from the Gila River, NM, as a reference condition expected to be minimally impacted by anthropogenic influence. HPLC-MS/MS analysis of pharmaceuticals revealed the presence of norfluoxetine, sertraline, diphenhydramine, diltiazem, and carbamazepine at ng/g concentrations in fillet composites from effluent-dominated sampling locations; the additional presence of fluoxetine and gemfibrozil was confirmed in liver tissue. Sertraline was detected at concentrations as high as 19 and 545 ng/g in fillet and liver tissue, respectively. GC-MS/MS analysis of personal care products in fillet composites revealed the presence of galaxolide and tonalide at maximum concentrations of 2100 and 290 ng/g, respectively, and trace levels of triclosan. In general, more pharmaceuticals were detected at higher concentrations and with greater frequency in liver than fillet tissues. Higher lipid content in liver tissue could not account for this discrepancy as no significant positive correlations were found between accumulated pharmaceutical concentrations and lipid content for either tissue type from any sampling site. In contrast, accumulation of the personal care products galaxolide and tonalide was significantly related to lipid content. Results suggest that the detection of PPCPs was dependent on the degree of wastewater treatment employed.
Keywords: Pharmaceuticals; Personal Care Products; Accumulation; Fish Tissue; Effluent-dominated
Received: November 5, 2008; Accepted: February 18, 2009; Published Online: March 25, 2009
DOI: 10.1897/08-561.1
[EcoDebate, 28/03/2009]
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