Estrogênios ambientais em baixas doses alteram a química cerebral
[Por Henrique Cortez, do EcoDebate] Pela primeira vez, cientistas comprovaram que níveis extremamente baixos de alguns tipos de estrogênios ambientais podem perturbar células cerebrais especializadas na sua capacidade para regular a química cerebral.
A pesquisa [Differential Regulation of Dopamine Transporter Function and Location by Low Concentrations of Environmental Estrogens and 17ß-estradiol] demonstrou que os estrogênios ambientais mudaram a forma como células cerebrais liberaram e reabsorveram a dopamina, um importante mensageiro químico que regula movimento e prazer.
Em alguns casos, as respostas foram mais fortes quando estrogênios naturais foram misturadas com um estrogênio natural, o mais provável de ocorrer em pessoas e animais. Estas alterações podem contribuir maior conhecimento de doenças do sistema nervoso, como Parkinson e esquizofrenia, que são causadas por respostas anormais dopamina.
Xenoestrogênios ou estrogênios ambientais, imitam compostos naturais e são encontrados em quase todo o meio ambiente. Eles podem contaminar os seres humanos, animais, plantas, solo, água e ar.
Estes contaminantes ambientais atuam de maneira semelhante a – mas não exatamente como – hormônios naturais, tais como estrógeno. A exposição a estas substâncias químicas, particularmente em níveis muito baixos, pode provocar impactos biológicos.
Estas substâncias estão presentes nos plásticos, PCB, pesticidas e herbicidas, produtos farmacêuticos e produtos de higiene pessoal.
A dopamina ajuda o cérebro e as células nervosas a se comunicarem. As suas ações afetam coração / circulação (pressão arterial), hormônios (recompensa / prazer) e funções nervosas (movimento). A dopamina é considerada um neurotransmissor – um mensageiro que transporta sinais de uma célula nervosa para outra – e um hormônio – uma molécula que envia mensagens para o controle hormonal sistema.
Uma série de doenças, incluindo Parkinson, esquizofrenia e déficit atenção, são atribuídos a problemas com os níveis de dopamina no cérebro.
O artigo “Differential Regulation of Dopamine Transporter Function and Location by Low Concentrations of Environmental Estrogens and 17ß-estradiol“, publicado na Environmental Health Perspectives doi:10.1289/ehp.0800026, apenas está disponível para acesso integral no formato PDF. Para acessar o artigo clique aqui.
[EcoDebate, 10/03/2009]
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Olá Sr. Henrique!
Gostei muito de seus artigos e pretendo colocar um link numa home-page que estou elaborando. Gostaria de saber sua formação profissional para poder fazer a citação.
Obrigada.
Mariza.
Prezada Mariza,
Agradeço a sua generosidade para com os meus textos. Sou, acima de tudo, um ambientalista, porque este é o meu compromisso de vida.
De uma maneira mais formal, sou ambientalista, com especialização em gerenciamento de riscos ambientais [Certificate in Environmental Risk Management].
Grato, Henrique Cortez