O futuro da vida na Terra, segundo James Lovelock
O cientista britânico James Lovelock afirmou que a mudança climática acabará com grande parte da vida na Terra durante o atual século e advertiu que a humanidade não poderá fazer nada para evitar a catástrofre.
A reportagem é do jornal Clarín, 28-02-2009. A tradução é do Cepat.
O especialista analisou que o aumento das temperaturas converterá algumas regiões em desertos e elevará o nível do mar, submergindo outras regiões terrestres. Lovelock é famoso pela ‘Teoria Gaia’, que determina que o planeta funciona como um sistema auto-regulado. Como consequência, Lovelock, de 89 anos de idade, estimou que a população mundial poderá cair de 7 bilhões para 1 bilhão de habitantes em 2100 devido ao fato de que as pessoas brigarão pelos escassos recursos naturais.
“Haverá mortes em grande escala pela fome e pela falta de água”, afirmou. De acordo com o seu prognóstico para 2040 as temperaturas nas cidades europeias subirão até 43 graus centígrados no verão, a mesma que em Bagdá atualmente. Segundo Lovelock, o destino do deserto do Saara é aproximar-se da Europa. “Não apenas a Europa, o mundo inteiro mudará”, alertou.
O cientista lamentou que é muito provável que as tentativas de reduzir as emissões que provocam o efeito estufa fracassem ao considerar que já é demasiado tarde para reverter a tendência atual. “É como um superpetroleiro. Não se pode pará-lo a não se que se parem os motores”, disse Lovelock.
Lovelock afirmou que as campanhas para promover a reciclagem e as fontes de energía renováveis são uma perda de tempo, mesmo reconhecendo que as usinas nucleares ajudarão a abastecer a crescente demanda de energia. Lovelok também assinalou que os mercados de emissões propostos por alguns países darão poucos resultados. Ao contrário, defendeu a construção de refúgios em áreas do planeta menos afetadas pela mudança climática.
Lovelock argumentou que os cientistas não devem subestimar o valor dos oceanos como indicadores do aumento das temperaturas e como instrumentos na redução do nível de dióxido de carbono em função de que ocupam grande parte da superfície terrestre.
Por fim, Lovelock lembrou os dados do Painel Intergovernamental de Mudança Climática que indicou em seu relatório de 2001 que as temperaturas serão “devastadaramente altas”.
(Ecodebate, 04/03/2009) publicado pelo IHU On-line, 02/03/2009 [IHU On-line é publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]
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