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Estudo associa o aumento da expectativa de vida à redução da poluição atmosférica, por Henrique Cortez

New England Journal of Medicine

[EcoDebate] Um novo estudo [Fine-Particulate Air Pollution and Life Expectancy in the United States], publicado no New England Journal of Medicine, conclui que os norte-americanos estão respirando melhor e, com isto, vivendo mais.

O estudo avaliou as alterações na expectativa de vida em relação às mudanças na quantidade de partículas finas, a poluição do ar nos Estados Unidos, durante duas décadas. Até ao ano de 2000, os americanos estavam vivendo uma média de 2,7 anos mais do que em 1980. Deste aumento, o estudo estima que cinco meses estão associados às melhorias na qualidade do ar.

Segundo um dos autores, Joel Schwartz, epidemiologista da Harvard School of Public Health, em Boston “Quando você limpar o ar, as pessoas vivem mais e isto é importante em todo o país.

As partículas finas de poluição atmosférica, formadas por partículas menores ou iguais a 2,5 mícrons de diâmetro, são resultantes de processo de queima gasolina, diesel e carvão ou, ainda, dos processos utilizados na fabricação de produtos como o aço.

Estas pequenas partículas têm sido associadas ao agravamento de doenças cardiovasculares e cardiopulmonares. Em 1997, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) impôs normas muito mais rígidas em relação à quantidade de partículas em suspensão, permitidas por metro cúbico de ar em todos os Estados Unidos.

A pesquisa demonstra que os efeitos da redução da poluição atmosférica são percebidos rapidamente e que as taxas de mortalidade caíram logo após a melhoria do ar nas cidades. “Se você limpar o ar, as pessoas vivem mais tempo e você não tem que esperar um tempo demasiadamente longo para que isso aconteça”, diz Schwartz.

A equipe de pesquisa analisou os dados Agência de Proteção Ambiental, recolhidos da poluição do ar em 61 cidades dos EUA, de 1979 a 1983, a partir da Particle Monitoring Network, uma rede de controle desativada em 1983. A equipe utilizou dados recolhidos em 1999 e 2000, com analises de amostras provenientes de 51 cidades em anos anteriores. A equipe também avaliou a expectativa de vida, usando as estatísticas e dados censitários dos EUA.

Para determinar como a qualidade do ar e a expectativa de vida foram relacionados, a equipe responsável por também avaliou outros fatores associados, como a redução do número de tabagistas, mudanças na renda, mobilidade das pessoas e melhorias no sistema de saúde.

Nas cidades mais poluídas, como Pittsburgh, o aumento da expectativa de vida associado com a redução da poluição do ar era de cerca de 10 meses.

O artigo “Fine-Particulate Air Pollution and Life Expectancy in the United States” está disponível para acesso e/ou download. Para acessar o artigo, no formato, HTML, clique aqui.

Abaixo transcrevemos o abstract:

Fine-Particulate Air Pollution and Life Expectancy in the United States

C. Arden Pope, III, Ph.D., Majid Ezzati, Ph.D., and Douglas W. Dockery, Sc.D.
New England Journal of Medicine
Volume 360:376-386, January 22, 2009, Number 4

Background
Exposure to fine-particulate air pollution has been associated with increased morbidity and mortality, suggesting that sustained reductions in pollution exposure should result in improved life expectancy. This study directly evaluated the changes in life expectancy associated with differential changes in fine particulate air pollution that occurred in the United States during the 1980s and 1990s.

Methods
We compiled data on life expectancy, socioeconomic status, and demographic characteristics for 211 county units in the 51 U.S. metropolitan areas with matching data on fine-particulate air pollution for the late 1970s and early 1980s and the late 1990s and early 2000s. Regression models were used to estimate the association between reductions in pollution and changes in life expectancy, with adjustment for changes in socioeconomic and demographic variables and in proxy indicators for the prevalence of cigarette smoking.

Results
A decrease of 10 µg per cubic meter in the concentration of fine particulate matter was associated with an estimated increase in mean (±SE) life expectancy of 0.61±0.20 year (P=0.004). The estimated effect of reduced exposure to pollution on life expectancy was not highly sensitive to adjustment for changes in socioeconomic, demographic, or proxy variables for the prevalence of smoking or to the restriction of observations to relatively large counties. Reductions in air pollution accounted for as much as 15% of the overall increase in life expectancy in the study areas.

Conclusions
A reduction in exposure to ambient fine-particulate air pollution contributed to significant and measurable improvements in life expectancy in the United States.

[Matéria de Henrique Cortez, do EcoDebate, 22/01/2009]

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