Vazamento no Rio Paraíba ocorrido em Resende faz pesca ser suspensa em São João da Barra

Mortandade de peixes no rio Paraíba do Sul, foto do O Globo Online

Inseticida chega ao mar e causa morte de peixes. Após percorrer mais de 400 quilômetros em nove dias, a mancha formada por oito mil litros do inseticida endosulfan, que vazaram da Servatis, em Resende, no Sul do estado, poluindo o Rio Paraíba do Sul, chegou ontem à foz, desaguando no Oceano Atlântico no município de São João da Barra, no Norte Fluminense. Na Praia de Atafona, podiam ser vistas toneladas de peixes mortos, de espécies como bagre, piau, roncador, tainha e robalo. Garis passaram todo o dia recolhendo os peixes, que eram colocados em caminhões de lixo para ser enterrados.

Por causa da poluição, a pesca está suspensa em São João da Barra. A Vigilância Sanitária da cidade está preocupada com a possibilidade de a população consumir peixes contaminados.Matéria de Aloysio Balbi e Ronaldo Braga, do O Globo, 28/11/2008.

A poluição chegou ainda ao manguezal de Gargaú, no município de São Francisco do Itabapoana.

Segundo ambientalistas, no local centenas de pessoas vivem da captura de caranguejos, que também estão morrendo.

Pescadores dos dois municípios pretendem processar a Servatis, pedindo indenização.

Em São João da Barra, a Cedae também suspendeu a captação de água do Paraíba do Sul por 48 horas e a prefeitura está distribuindo água mineral à população. Em Campos, a captação de água do Paraíba, suspensa na terça-feira, foi retomada ontem.

A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, garantiu ontem que os pescadores afetados pelo derramamento de inseticida serão assistidos pelo IBAMA. Segundo ela, em reunião em Brasília com representantes do órgão ambiental, ficou decidido que, em primeiro lugar, será decretado um período de defeso; em seguida, haverá a reposição das espécies afetadas. O IBAMA ficou responsável pela identificação dos peixes. O órgão também vai agir no ressarcimento financeiro aos pescadores que tenham sido prejudicados.

Empresa vai recorrer contra a multa de R$ 33 milhões Ontem também, a Servatis informou que vai apresentar recurso contra a multa de R$ 33 milhões aplicada pela Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca). A empresa proporá fazer a recomposição da fauna e da flora dos rios Pirapetininga e Paraíba do Sul, afetados pelo vazamento. Segundo Uataul Teixeira de Lima, diretor comercial e industrial da Servatis, a multa, no valor estabelecido, inviabiliza a empresa: – Se a Servatis for obrigada a pagar a multa, ela quebra

Saiba mais: “Contaminação no rio Paraíba do Sul, RJ: Servatis é multada em R$ 33 milhões” e “Interditada empresa que provocou vazamento de produto tóxico no Paraíba do Sul”

[EcoDebate, 29/11/2008]

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