Biocombustíveis perdem apoio na UE
O Comitê Industrial do Parlamento Europeu votou em 11 de setembro pela redução drástica na meta de uso de biocombustíveis no transporte terrestre até 2020, na União Européia (UE). No ano passado, os líderes da UE tinham aprovado a meta de 10% de utilização de etanol e biodiesel até 2020. Mas o Comitê Industrial agora decidiu, com 50 votos contra 2, a redução desta meta para 6 %. Por Norbert Suchanek, para o EcoDebate.
Esta decisão do poderoso Comitê Industrial – que ainda precisa ser aprovada pelo parlamento europeu e pelos estados da UE até o final do ano – reflete a pressão das ONGs européias e América latinas na luta pelos direitos humanos e o meio ambiente, comenta a ONG alemã Rettet den Regenwald. A redução da meta de 10 % para 6 % é só o primeiro passo. Por que precisamos acabar completamente com este loucura de agro- ou biocombustíveis. A substituição de combusitíveis à base de petróleo por combustíveis à base de alimentos e plantas não é uma solução adequada para combater o efeito estufa.
A própria OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) está contra os agrocombustíveis. “Existem caminhos muito mais eficientes para proteger o clima do que apoiar os biocombustíveis,” disse Stefan Tangermann, diretor de comércio e agricultura da OCDE. “Essas políticas são ineficientes por causa de seus altos custos e impactos limitados nas emissões de CO2.” A OCDE urge que os governos desenvolvam políticas que encoraja menor consumo de energia, especialmente no setor de transportes.
O atual relatório “Avaliação Econômica das Políticas de Apoio ao Biocombustível” da OECD diz que os biocombustíveis são largamente dependentes do financiamento do Estado para a viabilidade. Ele estima que nos Estados Unidos, Canadá e União Européia, os governos investiram 11 bilhões de dólares em subsídios e apoio para os biocombustíveis, em 2006. E esperam aumentar os gastos em 25 bilhões por ano até 2015. E o benefício para o povo e o meio ambiente é quase zero.
Mesmo o cientista Helmut Haberl, membro do Comitê Científico da Agência Européia de Ambiente, não vê “absolutamente nenhuma razão para usar tanta energia, dinheiro e grandes extensões de terra agrícola” para produzir biocombustíveis.
Norbert Suchanek, Rio de Janeiro, Correspondente e Jornalista de Ciência e Ecologia, colaborador e articulista do EcoDebate.
[EcoDebate, 23/09/2008]
No norte de Minas Gerais os incentivos ao Biocombustiveis tem obrigado aos produtores da agricultura familiar a cultivar especies como a mamona o pinhao manso entre outras plantas; no entanto estamos reduzindo a area plantada com alimento arroz, feijao. precisamos buscar mecanismos que ajude o homem do campo e nao incentivar a quel tem 5 ha de terras a plantar mamona ou pinhao manso.