Bisfenol A (BPA): Ferver garrafas plásticas acelera a liberação de substâncias tóxicas
Garrafas de plástico, quando aquecidas com água fervente, liberam químicos tóxicos bisfenol A (BPA), a uma taxa 55 vezes superior do que quando preenchidas com água temperatura em ambiente. É o que afirma um estudo realizado por pesquisadores da University of Cincinnati College of Medicine e publicado na revista Toxicology Letters. Por Henrique Cortez*, do EcoDebate.
Bisfenol A é utilizado para fazer enrijecer o plástico policarbonato transparente, que é usado em uma ampla variedade de produtos de consumo, incluindo garrafas de água e mamadeiras. Mas preocupações foram levantadas que a química poderia lixiviar em garrafas de água e mamadeiras, com utilização normal dessas garrafas.
Há uma crescente preocupação com os disruptores hormonais porque os recém-nascidos são muito sensíveis na fase inicial do seu desenvolvimento.
Disruptores hormonais podem interferir com o desenvolvimento de recém-nascidos, bem como causar problemas reprodutivos e câncer em adultos.
Os pesquisadores testaram garrafas de água, retornáveis de policarbonato durante sete dias com a água em temperatura ambiente e, depois, com água fervente.
Quando preenchidas em temperatura ambiente, o bisfenol A foi lixiviado a uma taxa de 0,2 para 0,8 nanogramas por hora. Depois, ao serem expostas à água fervente, as garrafas com o produto químico passaram para uma taxa de 8 a 32 nanogramas por hora.
O FDA (U S Food and Drug Administration), no entanto, defende a segurança da garrafas de plástico, mesmo como um novo estudo que sugere a sua possível ligação com doenças cardíacas e diabetes [Pesquisa associa Bisfenol A (BPA) a problemas cardiovasculares e diabetes]
Em desacordo com vários cientistas sobre os riscos da substância química encontrada em garrafas de plástico para bebês, latas de metal e outras embalagens alimentares, o FDA reafirma que a substância é segura. O debate científico pode se arrastar por anos.
Muitos consumidores norte-americano já evitam recipientes plásticos com a marca impressa de reciclagem número’7′, já que muitos desses produtos contem BPA.
A índustria já percebeu a reação cautelosa dos consumidores e, por isto, já oferece novas mamadeiras “BPA Free”. O consumo de mamadeiras de vidro também é crescente.
O Centro de Saúde, Meio Ambiente & Justiça (Center for Health, Environment and Justice) mantém uma campanha online para que o BPA seja proibido em garrafas/mamadeiras para bebês.
* Com informações da University of Cincinnati College of Medicine.
[EcoDebate, 19/09/2008]